Autor Tópico: Honda sobrealimentada  (Lida 1957 vezes)

Fevereiro 11, 2018, 21:52:54, 21:52
Lida 1957 vezes

pedroareias

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Fevereiro 11, 2018, 22:04:06, 22:04
Responder #1

Sapiens21

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Hum... :pensador:

Divulgado com desenhos muito detalhados.
Será que a coisa passará mesmo do papel (ou até já estará em fase de testes)??
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Dalai Lama

Fevereiro 11, 2018, 22:14:50, 22:14
Responder #2

carlos-kb

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  :D

_______________________________________________

Agora a sério.... Depois da Kawa e da Suzuki.... a Honda parece também empenhada em voltar a brincar às "turbinadas". Curiosamente, as 4 marcas japonesas já tiveram motos com motores turbo, icónicas no seu passado.

Já havia lido isso há uns tempos aqui (que refere também essa eventualidade para a Ducati).

https://motorbikewriter.com/honda-ducati-plan-turbine/

O caminho da sobrealimentação já eu disse (e acredito seriamente nisso), desde há algum tempo, que será eventualmente a tendência natural a seguir num breve a médio prazo, enquanto hajam motores Otto no activo. Nos automóveis foi também isso que aconteceu. Motores mais pequenos, mais eficazes, performantes, económicos e menos poluidores, em relação aos seus congéneres atmosféricos.

Fevereiro 11, 2018, 22:19:50, 22:19
Responder #3

pedroareias

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Os desenhos indicam sobrealimentação por compressor mecânico e não turbo-compressor.

E sobre consumos mais baixos do que nas versões atmosféricas... não. Podem é apresentar consumos nos ciclos normalizados mais baixos, mas não há milagres na prática.

Milagres com sobrealimentação só nos 2T Diesel. De resto os consumos aumentam. Se não aumentassem, o Prius não teria um 1.8 atmosférico.

Com compressor mecânico 15 ou 20% de potência parasita são habituais e mesmo com o turbo a energia dos gases de escape não é grátis.
« Última modificação: Fevereiro 11, 2018, 22:30:36, 22:30 por pedroareias »

Fevereiro 11, 2018, 23:19:58, 23:19
Responder #4

carlos-kb

  • Visitante
Os desenhos indicam sobrealimentação por compressor mecânico e não turbo-compressor.

A questão aqui é, e quando se fala em "turbinada" (entre aspas), estar-mo-nos a referir à sobrealimentação no seu geral, sem esmiuçar os dois tipos de sobre alimentação e o respectivo principio de funcionamento de cada um.

Por exemplo, a H2/H2R também recorre a um compressor. A Recursion, por seu lado, faz uso de um sistema de turbo.

E sobre consumos mais baixos do que nas versões atmosféricas... não. Podem é apresentar consumos nos ciclos normalizados mais baixos, mas não há milagres na prática.

Milagres com sobrealimentação só nos 2T Diesel. De resto os consumos aumentam. Se não aumentassem, o Prius não teria um 1.8 atmosférico.

Com compressor mecânico 15 ou 20% de potência parasita são habituais e mesmo com o turbo a energia dos gases de escape não é grátis.

Na prática não é bem isso que temos visto nos automóveis. Mesmo num motor a gasolina, pega por exemplo, no motor Honda 1.5 turbo V-tec de 185cv, com um consumo combinado anunciado de 5.8 lt./100Km. Agora, pega num atmosférico, e diz-me que motor tens de ir buscar, para conseguires estes mesmos 185cv? E depois vê quanto anunciam em termos de consumos?

Nas motos, o caso evidente da Recursion. É uma biciclindrica de 588cc a debitar 100cv. Embora não tenhamos números concretos em relação a consumos, foi anunciada com um economia de utilização equivalente a uma 250cc...



https://www.motorcyclistonline.com/blogs/suzuki-recursion-concept-to-speed#page-5

Diz-me que moto de 100cv atmosférica conheces a gastar o equivalente a uma 250?

Fevereiro 11, 2018, 23:41:29, 23:41
Responder #5

pedroareias

  • Visitante
Disclaimer: não sou especialista, obviamente, mas posso contactar um sobre este tema.
-----------------------------------------------------------------------------------------------

Carlos: foi o que escrevi. Consumos anunciados mais baixos.

É possível adaptar (tem + 1 componente) o sistema para produzir consumos baixos nos ciclos normalizados.

Na realidade os consumos aumentam.

Há centenas de "artigos" sobre esse tema, mas não vou agora andar à procura.

Com alguma falta de credibilidade, mas no sentido que referi: https://www.topgear.com/car-news/insider/real-world-fuel-consumption-getting-worse

Se queres um livro da Springer: https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=35&ved=0ahUKEwjboPnsg5_ZAhXJ1RQKHdXmDso4HhAWCEIwBA&url=http%3A%2F%2Fwww.springer.com%2Fcda%2Fcontent%2Fdocument%2Fcda_downloaddocument%2F9781848823747-c1.pdf%3FSGWID%3D0-0-45-701301-p173874848&usg=AOvVaw20FSb8Yi8zpKdFA-R7X-ow

"The fuel economy of a diesel engine is usually improved by turbocharging, since the mechanical
losses do not increase in proportion to the increase in power output; this is not the case, however, for
spark ignition engines
, since turbocharging necessitates a reduction in compression ratio (hence
indicated efficiency) in order to avoid knock
."


Em relação ao turbo-compressor e ao compressor mecânico: são completamente diferentes, apesar do objectivo ser semelhante.
« Última modificação: Fevereiro 11, 2018, 23:42:31, 23:42 por pedroareias »

Fevereiro 12, 2018, 00:05:17, 00:05
Responder #6

carlos-kb

  • Visitante
Não meto em causa o que se possa ou não dizer. Mas exemplos para ambas as "versões da história", pelos vistos, não faltam.

Agora, falo apenas daquilo que constato, pela prática. Curiosamente os motores atmosféricos no mundo automóvel estão a começar a rarear, para que se possa fazer uma comparação justa e equitativa.

Ainda assim, a questão aqui prende-se mais com as motos e de facto o que de bom pode trazer a sobrealimentação a estas em termos de incremento de potência e binário vs economia / cubicagem.

Aliás... sempre houve motos a recorrer a sobrealimentação. O motivo para deixarem de ser produzidas prendeu-se também com a questão da gestão electrónica (que não tinham) e da admissão por carburadores... o que causava alguns inconvenientes e sobressaltos no uso da mesmas.

Ahhhh.... e sim.... também sei a diferença entre um compressor e um turbo e o princípio de funcionamento de cada um. Ainda há tempos naquele fórum aonde tu foste tão "bem recebido" recentemente esmiucei esse assunto. Mas não queres que o faça aqui, e agora, certo?

A gente espera que o Sapiens abra tópico (se é que já não o há), para depois se tocar nessa temática. Se bem que também não há muito mais a dizer, depois de discernir a forma como cada um funciona. :)

Fevereiro 12, 2018, 00:11:19, 00:11
Responder #7

pedroareias

  • Visitante

Penso que são restrições às emissões que impõem estes compressores de ar. Há imenso a ler, mas é um bocadinho perda de tempo para quem trabalha.

No "tal fórum" por acaso fui bem recebido, ainda recentemente agradeci a vários companheiros isso mesmo.

Mas vou lá ver.

Fevereiro 12, 2018, 10:00:05, 10:00
Responder #8

Cross

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Sobre alimentação quê.... com a legislação que vem aí será apenas um tema de marketing... todos construtores tem que mandar algo cá para fora para dizer que não vão perder o barco... mas vão aplicar os recursos onde interessa mesmo. O eléctrico!

O que eu acredito ser mais viável será uma solução híbrida o que aliás não seria difícil.
O motor eléctrico pequeno e um motor Atkinson e siga dá para mais uns aninhos poucos...


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Bom Senso e Senso Comum nunca fez mal a ninguém!

Fevereiro 12, 2018, 10:03:45, 10:03
Responder #9

pedroareias

  • Visitante

 :ok:

Sim, tens razão, penso que será uma medida transitória para cumprir as normas de emissões até que as soluções definitivas estejam prontas.





Sobre alimentação quê.... com a legislação que vem aí será apenas um tema de marketing... todos construtores tem que mandar algo cá para fora para dizer que não vão perder o barco... mas vão aplicar os recursos onde interessa mesmo. O eléctrico!

O que eu acredito ser mais viável será uma solução híbrida o que aliás não seria difícil.
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Fevereiro 12, 2018, 10:54:35, 10:54
Responder #10

carlos-kb

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É ponto assente que o futuro passará pelas eléctricas. Isso é quase incontestável.
Mas não me parece que seja para já, derivado das limitações e condicionantes ainda actuais que existem.

Já existem planos e concepts inclusivé para motos híbridas. Mas, tal como aconteceu nos automóveis (não esqueçam que as 4 rodas já vão nas Euro 6, as motos ainda há pouco entraram na Euro 4), acredito que mais rapidamente teremos a sobrealimentação até os Otto definharem de vez.... do que se apostará em tecnologias "mistas" em motos.

Já não falando que as normas anti-poluição são bastante restritas quase e só no chamado "mundo desenvolvido", com especial ênfase na Europa.

Fevereiro 12, 2018, 11:50:22, 11:50
Responder #11

Tiago Parracho

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No caso da indústria automóvel é engraçado ver que há alguns grandes grupos, nomeadamente o grupo PSA, que não acham que a eletrificação seja o caminho a seguir pela indústria.

E o certo é que já se vão vendo outras possibilidades sendo exploradas pelos japoneses, como é o caso dos carros movidos a hidrogénio. Pelo menos nos EUA já se vão vendo alguns.

Estes apresentam performances semelhantes aos com motor de combustão, mas o problema é a rede de distribuição deste combustível ainda incipiente e o elevado custo de produção do combustível.

Qual será realmente a tecnologia que vingará, confesso que estou curioso para saber.

Fevereiro 12, 2018, 12:43:10, 12:43
Responder #12

Sapiens21

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É verdade Tiago.

Isto parece ainda pouco definido....

Recentemente tem havido algumas marcas (inclusivamente um CEO da Mercedes) a dizer que o hidrogénio poderá ser o futuro....isto pouco tempo depois da marca anunciar investimentos avultadíssimos nos eléctricos.  :D

Dizer que algo está como ponto assente, mesmo com tantos milhares de milhões investidos, parece incerto. Ou então as marcas anda a fazer o jogo do gato e do rato umas com as outras...  :lolol:
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