Autor Tópico: O culto das Motorizadas antigas  (Lida 1802 vezes)

Agosto 15, 2017, 16:26:06, 16:26
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lmferreira

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Cada vez tem havido um maior interesse na aquisição e restauro de motos antigas. Ao que se deve este fenomeno?
Estive a ler um artigo engraçado acerca do tema:

Alguma historia sobre as motos antigas em Portugal

A moto, designação comum de motociclo ou motocicleta, segundo a designação oficial do Código da Estrada, terá surgido há pouco mais de cem anos. Mas é praticamente impossível dizer quem inventou ou quando foi criado o primeiro modelo fiável deste veículo que, actualmente é tão apreciado.
Sabe-se que por volta de 1880, os franceses Bouton e De Dion ensaiaram, com resultados muito animadores a aplicação de uma pequena máquina a vapor num triciclo, tendo o veículo atingido uma velocidade de 30 Km/h. E que, em 1885, o alemão Gottlieb Daimler (1834 -1900) - o que esteve na origem da Daimler “Mercedes” Benz – criou o Einspur, um engenho apontado por alguns autores como a primeira moto, montando um motor de explosão inédito, leve e compacto, numa estrutura de madeira semelhante a uma bicicleta. Apesar de ter alcançado os 12 Km/h no percurso de Constat a Untertürkheim, na verdade esta máquina serviu, sobretudo, para experimentar um motor sobre rodas e não para concretizar um motociclo.
Outras experiências se seguiram até que em 1892, nascia a Hidebrand & Wolfmuller, considerada por muitos historiadores como a primeira fábrica de motociclos. Mas o sucesso foi efémero pois a empresa acabou em 1897. James Norton começa também a produzir motos m 1901.
Em Portugal, “embora haja referência de uma apresentação da primeira bycicleta automóvel pelos estabelecimentos João Garrido, do Porto, em 1894, não se conseguiu detectar com rigor qual a primeira moto que terá aparecido no nosso país”, dizem os autores – João Lopes da Silva, coordenador, Pedro Pinto e João Seixas – de Motos Antigas em Portugal.
Pelo menos em 1899 existia uma moto em Portugal a de D. Afonso, irmão de D.Carlos.
Mas, no início do século, por certo que existiam em Portugal mais motos para além da do príncipe, pois entre os entusiastas dos veículos motorizados, estas máquinas despertavam o maior interesse. Um deles, Tavares de Mello, fundador da firma que mais tarde seria a Auto Industrial, não só bateu o record Porto-Lisboa numa motocicleta, como chegou a construir motos da marca Tavares.
Com a implantação da República, redobrou o interesse por estes veículos. Assim, enquanto que em 1910 foram importadas apenas 5 motocicletas, dois anos depois esse número ascendeu a 385, apesar do valor médio de cada moto rondar os 175$00, quando um trabalhador rural ganhava cerca de 9$00 por mês. Este entusiasmo esmoreceu durante as duas Grandes Guerras, o que permitiu a alguns apaixonados a constituição de notáveis colecções, reunindo belíssimos exemplares.

Um excerto de um artigo da revista Visão:

Minutos antes de se nos reunir, já Sérgio Barros se fazia anunciar, com o inconfundível e agudo ronco da sua Famel XF 17. Este modelo é um dos mais procurados para restauro pelos novos fãs das velhas motorizadas nacionais, hoje transformadas em verdadeiras peças de coleção. Com sede em Águeda, a Fábrica de Produtos Metálicos Ltda. (Famel) foi uma das maiores empresas de motorizadas, em Portugal, entre as décadas de 1960 e 1990, e a XF a sua joia da coroa - durante mais de 20 anos.
"Era a moto que eu queria em miúdo, mas que a minha mãe nunca me deixou ter", revela, com humor, aquele vigilante aeroportuário, que, aos 32 anos, cumpriu, finalmente, o sonho de possuir uma XF. "Foi a minha primeira motorizada. Quando decidi comprar uma, optei por uma clássica e escolhi esta porque era a melhor que se fazia na altura", explica. E continua a funcionar como nova. O último modelo da XF saiu da fábrica em 1992 e as que ainda existem são hoje pagas a preço de ouro.
A de Sérgio Barros custou 1 200 euros, já recuperada. "Houve, entretanto, quem me oferecesse 1 800 euros por ela, mas não a vendo", assegura Sérgio que, recentemente, precisou de comprar umas manetes para a motorizada, pelas quais pagou 120 euros, mais de metade do preço que uma XF nova custava à época em que era fabricada - 40 contos ou 200 euros...
O crescente interesse pelas velhas motorizadas portuguesas, incluindo marcas como a Famel, a Casal, a SIS Sachs, a Zundap ou a Macal, entre outras, é visível pelo cada vez maior número de convívios dedicados a este nicho, realizados um pouco por todo o País. Um dos mais concorridos é o Encontro de Ciclomotores Clássicos de Sintra, que, este ano, a 2 de junho, cumpre já a sua 6.ª edição. "Verificámos que o interesse existente justificava a promoção de uma reunião exclusiva destas motorizadas", diz Feliciano Mendes, 50 anos, presidente do Moto Clube de Sintra.
« Última modificação: Agosto 16, 2017, 23:54:45, 23:54 por lmferreira »

Agosto 16, 2017, 23:15:00, 23:15
Responder #1

Sapiens21

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Obrigado pela partilha.
Interessante leitura.  :nice:

Gostei desta parte:

"(....) o que esteve na origem da Daimler “Mercedes” Benz – criou o Einspur, um engenho apontado por alguns autores como a primeira moto, montando um motor de explosão inédito, leve e compacto, numa estrutura de madeira semelhante a uma bicicleta(....)


Concluimos assim... e a avaliar por alguns posts lançados em variados tópicos, que a bisavó da CB500X já existia na altura.  :D
"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas para satisfazê-los.
Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro."

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