"Motos são perigosas" / "Tu matas-te" / "Estás louco(a)". Como convencer a famíl

[Sapiens21]

"Motos são perigosas" / "Tu matas-te" / "Estás louco(a), vais cair"...
Como convencer a família!

A criação deste tópico surgiu depois da visualização do  vídeo que deixo abaixo e colocado no YouTube há uns tempos.

E lanço este tópico porque me parece que é uma situação pela qual passarão muitos (homens ou mulheres) na altura em que decidem comprar um motociclo...e o comunicam à família! Especialmente quando ainda vivem debaixo do mesmo tecto dos pais.

Já vai algo longe a altura em que comigo se passou o mesmo e tenho perfeitamente presente o facto de a minha mãe me apresentar um "rol de argumentos" para me tirar da ideia as motos...o que obviamente e para sua grande tristeza na altura, não conseguiu.
Aquilo que coloquei no título deste tópico, com aquele tipo de palavreado, digamos que não surgiu ao acaso... You know what i mean.

Aliás, devo dizer que a própria comunicação dessa nossa intenção em adquirir um motociclo pela primeira vez na vida, pode revelar-se de alguma forma desastrosa se não for levada com algum cuidado.

As pessoas não reagem todas da mesma forma (há que ter isso bem presente), mas com alguma calma e utilizando o argumento - mesmo que um nadinha falso - de que se vai circular com a máxima segurança, é possível transmitir a intenção de compra e o desejo de andar de moto, sem parecer que estamos a infligir o maior desgosto de todos os tempos no seio da família.

Numa comparação algo rebuscada mas somente para situar o que digo, convenhamos que não deve ser portanto uma situação tão delicada quanto uma filha de 16 ou 17 anos anunciar aos pais que está grávida!!

Bem...ouçam este tipo que fala descontraidamente sobre o tema e as dificuldades por que passou com o seu pai, o qual basicamente lhe mostrou "a porta da saída" caso prosseguisse na sua vontade de adquirir uma moto.

Como nunca se sabe quem virá a abrir o tópico e poderá ver relevância no mesmo, convido os membros do fórum a dar o seu contributo, especialmente se acaso se recordam também como foi a vossa situação ao transmitir "a bomba" lá por casa!

O que fizeram, que tipo de argumentos usaram, o que entendem como capaz de dar certo, o que prometeram fazer/não fazer caso comprassem uma moto...etc.

E sim...quanto ao vídeo é verdade, está em Inglês e não é negado propriamente que a condução de um motociclo se reveste de vários perigos.

Mas...se existe essa vontade, essa consciência e tanto quanto possível um constante alerta, sem esquecer esse "desire for freedom" facilmente associado p.ex. a um jovem que se quer ver com um motociclo, então o meu conselho é o de irem em frente pois vale a pena. Inclusivamente o processo de convencer os pais.

Já se for para convencer a cara metade que não vê a compra de uma moto com bons olhos, então é capaz de ser necessária alguma arte negocial envolvida...   

O tópico está, como habitualmente, à vossa disposição...

[JViegas]

A carta de condução de moto tirei há mais de 20 anos como um complemento de tirar a carta de condução de carro.

O exame de moto veio primeiro e a ideia de comprar uma XT350 não me largava.

Assim que tirei a carta de carro os meus pais responderam-me aos desejos pessoais de ter uma mota: compraram-me um carro por 500€ (um Datsun 100A).

Foi carro de família por muitos anos, e o sonho da moto "apenas" chegou por uma necessidade de deslocação e ao fim de muitos anos (tinha eu já 41 anos).

A minha família perguntava-me: agora com 40 anos comprar uma mota? Tens uma filha e família. E vais levar a tua filha à escola montada na mota?   

Conheço os riscos e diariamente debato-me com a escolha que fiz.
Conduzir uma mota é perigoso é inegável, e ainda por cima andar com a pessoa que mais adoro no mundo deixa-me sempre apreensivo, mas viver é um risco certo?

Não conduzo para conseguir aquela adrenalina de estar vivo correndo riscos, conduzo em duas rodas porque para além de me dar gozo é igualmente um excelente meio de transporte nos dias de hoje.

Ainda não cai(mos) e espero que continue assim. Já existiram situações em que esteve quase, mas tive(mos) sempre aquelas estrelinha a brilhar. S.Rafael está lá.

Penso que atualmente, com o advento das 125cc muitas pessoas entraram no mundo das duas rodas um pouco um espirito de mobilidade sem conhecer verdadeiramente os riscos inerentes ao uso destes veículos.

E é frequente ver/ler muitos companheiros preocupados com o modelo a comprar mas delegando para 2º plano o equipamento de proteção que vise minorar os riscos de danos permanentes.

Penso que para além de correr riscos o condutor deve saber que riscos existem.
Por exemplo: as pessoas sabem que é obrigatório o uso de um capacete mas que umas luvas, que apesar de não ser obrigatório salva muita pele. Um risco assumido? Ou um risco desconhecido pela inexperiência?

[pedroareias]

Só um detalhe: os seres vivos têm o hábito de falecer.

[JoãoPVCarvalho]

Bem Eu tive a vida muito facilitada, Pai Motociclista desde os vintes e qq coisa a mãe também, de modo que para quem começou a andar de mota com apenas dois anos foi só uma questão de ir mudando de lugar, ou seja da alcofa para o banco da frente.
A verdadeira dificuldade foi passar da Casal Boss para a TZR 125cc, e não tive escolha a não ser aceitar primeiro a RZ 50.
Como convenci o meu Pai a subir de cc?
Foi facil, deixei que descobrisse que à noite lhe roubava da garagem a sua adorada (e rara/cara) Benelli Sei! O Homem ficou sem pinta de sangue e nem hesitou em comprar a TZR só para garantir que Eu nunca mais mexia na sua Deusa de duas rodas (que dali por diante passou a dormir de cadeado na roda dentro da garagem )...

Nunca é fácil!

[Sapiens21]

Só um detalhe: os seres vivos têm o hábito de falecer.

Sem pretender ser inconveniente - até porque não é essa a minha intenção - mas esse post agora fez-me lembrar uma da "jet set" Lili Caneças...





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Isto é um não assunto. Comprei a mota e mantenho-a com o meu dinheiro, portanto nem admito que me venham com essas conversas.

Entendo perfeitamente...é o teu caso!
Porém, o "não assunto" acaba por sê-lo para muito jovem que se vê confrontado com uma certa...chamemos-lhe...resistência - existente no seio da família - quanto à compra de um motociclo.

E é perfeitamente legítimo um pai, uma mãe, um irmão ter estes receios e tentar transmiti-los no sentido de repensar a decisão. Ou seja, é o sentimento da protecção que acaba por ser verbalizado e que é próprio de uma família.

Se imaginarmos p.ex. uma jovem com os seus 18-19 anos, a viver na casa dos pais e a dizer que pretende comprar um motociclo com o dinheiro que ganhou nas férias de Verão, se calhar (dependendo da situação já que todos reagem de forma diferente), sentirá alguma resistência a essa compra.

É disso que trata o tópico e foi explicado de início.

Fico contente que não se tenha passado nada no teu caso, mas continua e continuará a haver "n" casos e manifestados de diferente maneira.
O 1º post de resposta a este tópico, por parte do companheiro JViegas, é um exemplo claro.

Eu próprio, na altura em que comecei a andar de moto e vai para 10 anos, senti da parte da minha mãe essa resistência inicial...
Muitos outros terão passado, à sua maneira, por alguma situação parecida...e outros não.

[dfelix]

Não deixa de ser curioso que há 20-25 anos atrás era perfeitamente normal um puto de 16 tirar a licença de ciclomotor.
Os receios e medos por parte dos pais existiam. E talvez não muito diferentes do presente.
Mas a necessidade de mobilidade era enorme.
Sobretudo para quem vivia fora dos grandes centros urbanos.

[dfelix]

As próprias 125 actuais são já vistas como "motos a sério"!

[JoãoPVCarvalho]

As próprias 125 actuais são já vistas como "motos a sério"!

Já no meu tempo assim o era... a minha TZR 125 tal como veio do stand andava demasiado como certamente alguns de voçes ainda se lembram.
Modelos como esta Yamaha ou a RG125 e ate mesmo a NSR125, na altura já faziam frente a muitos modelos a 4 tempos com cc três vezes maiores...
Não só eram olhadas com o devido respeito como tinham fama de assassinas. ( foi exactamente esse o argumento que o meu Pai usou à época para não me dar a mota)...

[Svitre]

Aos 16 anos poderia ter tido a minha primeira mota, uma Sachs Fuego novinha em folha. O meu pai disse-me que para me dar a mota teria de comprar também umas canadianas e as canadianas eram caras. Percebi a resposta e escondi a frustração. Passado 2 anos ofereceu-me um carro e o assunto da mota já estava esquecido.
Há coisa de um par de anos disse à mulher que ia tirar carta e comprar uma mota. A resposta foi: OK, mas não penses que vou andar contigo porque detesto andar de mota. A minha resposta foi: É justo!

[Sapiens21]

As "técnicas" dos pais são variadas...

Essa de oferecer um carro para passar "a febre das motos" parece ser recorrente....

Mas por acaso no meu caso (na altura), só senti alguma resistência por parte da minha mãe. Não tenho lembrança de o meu pai me ter dito o que quer que seja.

[TMXR]

A minha resposta foi: É justo!

A minha teria sido ainda bem 

As "técnicas" dos pais são variadas...

Essa de oferecer um carro para passar "a febre das motos" parece ser recorrente....

Mas por acaso no meu caso (na altura), só senti alguma resistência por parte da minha mãe. Não tenho lembrança de o meu pai me ter dito o que quer que seja.

E não é só nos putos... já com 40s quando comentei com a minha mãe que ia comprar uma scooter, ele disse logo: queres um carro mais pequeno? Vai amanha ver um smart e compra” 

[Sapiens21]

[dfelix]

Já no meu tempo assim o era... a minha TZR 125 tal como veio do stand andava demasiado como certamente alguns de voçes ainda se lembram.

Bem... a TZR 125 implica carta A2...
Não é como as actuais desportivas 125cc de 11Kw que podem ser conduzidas com carta A1 e ao abrigo da lei das 125.

[JoãoPVCarvalho]

Eu sei companheiro e tenho carta de mota desde 1991...
Tou velho caramba!

[Ricardo_Rodrigues]

Uma forma convincente de falsr com os pais seria uma abordagem Edgar Allan Poe, "vamos todos morrer um dia, vocês  provavelmente primeiro que eu".

[Moto2cool]

Como dizia o Pinto da Costa ( irmão) quando nascemos somos cadáveres adiados