Autor Tópico: Honda NC700X  (Lida 6746 vezes)

Agosto 27, 2016, 17:07:37, 17:07
Lida 6746 vezes

VCS

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Tendo tido a chance de ir a Vitória Gasteiz, no País Basco, e voltar no curto espaço de quarenta e oito horas, e sendo manifesto que não teria tempo para levar a LML ou mesmo a GTS, fui desafiado pelo meu bom amigo Júlio a levar a sua NC700X. Foram dois mil e trezentos quilómetros em dois dias, a solo, o que me permitiu ter uma ideia mais definida sobre as vantagens, desvantagens, qualidades e defeitos da moto que, no papel, criava um novo nicho. Quer para os recém encartados que vinham das 125cc e queriam evoluir na cadeia alimentar, quer para os mais experientes que queriam uma moto acessível, bem feita, com uma cilindrada interessante, mas que simultaneamente fosse descomplicada de usar e manter.



Quando o Júlio a comprou nova, em 2012, tive oportunidade de dar uma pequena volta numa das noites de quinta feira no Vespa Clube de Lisboa. Na altura, pareceu-me pesada, larga, pouco ágil, com um torque monstro e com asma a partir do regime onde normalmente um motor de moto começa a acordar.

Não fiquei convencido e no meu bloco de notas mental devo ter escrito: NC, a anti-moto. Não no sentido de ser uma má moto. Mas porque a Honda nos pôs a todos a pensar porque é que as referências que tomamos como garantidas nas motos desta gama de cilindrada e estilo, têm que continuar a ser mandatórias. Na verdade, não têm, e foi isso que a Honda provou ao vender estas NC700X (e a sua sucessora 750) em quantidade que impressiona, por todo o mundo, sendo claramente a estrela da gama NC, ultrapassando a mais radical "motoscooter" NC700D.

A NC X (new concept) é uma interpretação da Honda de um conceito de moto que, na sua essência mais crua, nasceu há mais de vinte e cinco anos, com a Yamaha TDM 850: a primeira moto com motor, suspensões, travões, pneus e rigidez de quadro de uma moto de estrada, mas com uma posição de condução, ergonomia e conforto de uma trail. Embora com menos cilindros e potência, o comportamento estava muito mais próximo das FZR contemporâneas do que qualquer outra trail anterior, com a vantagem de não ser preciso ser-se contorcionista e ter uma coluna cem por cento sã para aflorar as imediações dos seus limites. 

Depois da TDM, chegaram algumas motos com conceito aparentado mas de cariz mais económico, algumas ainda no mercado, como a Versys da Kawasaki, ou a V-Strom da Suzuki, que são aproximações à moto total, que faz tudo bem sem ser realmente excelente em nada. O que a Honda propõe é uma actualização deste conceito base, já antigo: aumentar o conforto, a praticabilidade, o espaço, a facilidade de condução; e principalmente cortar a direito no custo de aquisição, no consumo, na manutenção, na rotação e até nas prestações, revolucionando o motor. E mesmo assim construir uma grande moto.

A NC não é uma moto que arrebate paixões. Não é no carácter que a NC é forte. A NC é forte porque é muito difícil encontrar-lhe defeitos. É forte porque emprega qualidade e engenharia de moto grande, sem exotismos supérfluos, pedindo em troca uma nota pequena. Suspeito que é isso que atrai uma vasta fatia dos compradores actuais.


 
Olhando para ela parada percebe-se que a Honda também não negligenciou o estilo. A estética é o campo por excelência da subjectividade. Apesar disso, arrisco dizer que a NC ganhou o seu espaço, não se confunde com nenhuma outra proposta no sector, e (ainda) não cansa ver na estrada e na rua. Olhando quatro anos para trás, seguramente que a Honda não tentou copiar ninguém.   

A qualidade que se percepciona ao olhar com atenção parece-me mais do que justa. Há bastante plástico à vista, é verdade, mas aparenta ser resistente, a montagem é rigorosa, e a pintura não compromete numa moto deste preço. Não existem detalhes extravagantes, mas nota-se que tudo o que foi empregue tem um propósito e nesse sentido a moto chega a ser minimalista, tem horror ao supérfluo. A única estranheza que assinalei foi o espaço que circunda o painel de instrumentos e as mesas de direcção, habitualmente essa zona está tapada por um painel plástico replicando um tablier, à imagem automóvel. Na NC esse painel não existe, e daí ressalta uma certa sensação de buraco, conseguimos até ver as jarras da suspensão se nos inclinarmos para a frente.

Porém, rapidamente nos habituamos ao cenário. Especialmente se estivermos a arrancar, com o dia ainda a começar a  amanhecer, e com um pouco mais de oitocentos quilómetros pela frente. À medida que avanço começo a poder avaliar a ergonomia: é perfeita para minha estatura (1.70). O banco é baixo para uma moto com esta altura, consigo assentar perfeitamente um pé no chão quase sem inclinar a moto parada. Os poisa pés ficam um pouco recuados para quem tiver estatura mais elevada, mas para mim estão exactamente onde têm que estar. A altura ao solo também não é um problema, a moto inclina com muita segurança, e tem bastante espaço livre, se atendermos às suas pretensões e posicionamento.

O banco do condutor tem um grau de conforto quer na forma, quer na dureza que me pareceu ideal para grandes tiradas. Não notei que deslizasse de mais ou se tornasse incómodo na junção com o depósito em condução mais empenhada. Por outro lado, a altura do guiador e os ângulos com o conjunto peseiras e banco admitem que se role em total controlo de pé, o que permite esticar as pernas e descansar em andamento. Consegui fazer stints de duas horas e meia sem desconforto, o que é um tributo ao trabalho feito na ergonomia.

Não tão positiva é a protecção aerodinâmica. Este modelo em particular tem um ecrã não original, da Givi, mais alto e ainda com um apêndice superior para permitir algum conforto extra. Oferece protecção ao vento directo para a cabeça, o problema é que sobra algum ar sujo, com turbulência, que acaba por elevar bastante o ruído. Se me baixar um pouco, ou se me levantar e rolar de pé, o ruído quase desaparece. Os ombros e braços também estão expostos, mas aí o preço a pagar não é elevado.

E como é que se comporta dinamicamente ? A moto sente-se bem plantada, um pouco sobre o pesado, mas muito segura e suficientemente ágil para não assustar os mais inexperientes. É verdade que a ficha técnica não denuncia nada de revolucionário no capítulo do quadro, suspensão ou travões, mas a Honda fez um bom trabalho de conjunto. A moto é relativamente compacta para uma 700, com excepção da largura na zona do falso depósito (espaço de carga), que cria uma certa ilusão de porte. Deixa-se levar sem sobressaltos, nem surpresas e é fácil explorá-la. Sente-se tão à vontade a engolir quilómetros em conforto, como numa estrada mais técnica em que, se não abusarmos de um ímpeto mais vivo - a que ela não convida -, a moto irá cumprir de forma muito honesta e amigável. Para isso contribui também, e de forma decisiva, o carácter do motor.

A unidade motriz é o aspecto mais relevante  deste projecto. Feito a partir de princípios e ideias usadas no departamento automóvel da Honda, a NC aproveita parte de um motor de Honda Jazz para virar ao contrário a lógica de um tradicional motor de moto: este motor oferece suavidade, facilidade, pouquíssima rotação, e força em qualquer regime útil, sem alaridos, e com consumos e manutenção ridículos para um motor 700. O que se perde é o carácter e a emoção associada a motores mais temperamentais, ou com várias fases de optimização de funcionamento.         

A verdade é que o motor é de uma facilidade de utilização estonteante. Forte e rápido quanto baste, é suave a sair desde parado, ao ponto de conseguirmos arrancar em plano, só actuando a embraiagem, sem acelerador. É quase impossível falhar um arranque, o que diz muito a quem vem de scooters, ou motos de pequena cilindrada e olha para a NC como próximo passo. Quase toda a faixa de rotação é útil desde o ralenti até sensivelmente às 5500rpm, a partir das quais claramente não vale a pena insistir, pois a progressão não irá melhorar e é melhor subir de marcha. Por falar em caixa, esta mantém a qualidade do accionamento típico da generalidade das Honda. Notei a sexta um pouco longa de mais, mais difícil de usar em torno dos 90kms/h, e com dificuldade em chegar à melhor velocidade de ponta, talvez uma relação um pouco mais curta ajudasse a torna-la mais agradável. Porém, provavelmente esta escolha terá a ver com o favorecimento dos consumos, e a própria redução da rotação em velocidade de cruzeiro.

Quanto ao consumo real, fez entre 3,5 e 4 litros/100kms. Mas em ritmo de passeio será claramente possível baixar, o Júlio disse-me que já fez 2,8 numa viagem a Marrocos. A fundo, rondou os 6lts/100, o que me parece excelente. Dificilmente se encontra no mercado concorrência para estes números.     

Globalmente, é uma moto relaxante. Óptima para viajar, com capacidade de carga invejável sem acessórios ou extras, e muito económica, parece-me também muito prática como moto de dia a dia. Não admira eu tantos motociclistas, novos e velhos, a prefiram.

 
 



Agosto 27, 2016, 17:34:03, 17:34
Responder #1

LoneRider

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Tu muito correcto e muito lindo mas dizer que o conceito deriva da TDM estragas te tudo.

A TDM era uma FunBike e não era a única,  está a Capital Nordwest e a KLM Duke,  para além das Ter 125 e 250 (ambas fumarentas).
Se existe alguma coisa que siga e evolua esse conceito foram as HiperStrada e Dorsoduro,  mas principalmente as Multistrada e S1000XR.

A gama NC nasceu num momento de crise,  aproveitando metade do motor do Jazz e importando o seu temperamento citadino.
O objectivo nunca foi o de uma moto emocionante ou hábil para viajar. Apesar de que sim,  devo reconhecer  que o conjunto é  muito bom, o motor um verdadeiro mealheiro e a estética sem grande arrojo e consensual.
Andei nas três a S,  a X e na D e são motos muito boas para o dia a dia e para algum passeio descomprometido,  fora disso não será difícil encontrar - lhe os limites.
Quando leres as minhas palavras, barbaridades e demais conjecturas,  pensa no Gato que Ri do conto Alice no País das Maravilhas.

Agosto 27, 2016, 17:44:01, 17:44
Responder #2

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Tu muito correcto e muito lindo mas dizer que o conceito deriva da TDM estragas te tudo.

A TDM era uma FunBike e não era a única,  está a Capital Nordwest e a KLM Duke,  para além das Ter 125 e 250 (ambas fumarentas).
Se existe alguma coisa que siga e evolua esse conceito foram as HiperStrada e Dorsoduro,  mas principalmente as Multistrada e S1000XR.

A gama NC nasceu num momento de crise,  aproveitando metade do motor do Jazz e importando o seu temperamento citadino.
O objectivo nunca foi o de uma moto emocionante ou hábil para viajar. Apesar de que sim,  devo reconhecer  que o conjunto é  muito bom, o motor um verdadeiro mealheiro e a estética sem grande arrojo e consensual.
Andei nas três a S,  a X e na D e são motos muito boas para o dia a dia e para algum passeio descomprometido,  fora disso não será difícil encontrar - lhe os limites.

Meu caro, o que eu disse foi que a TDM foi a "primeira moto com motor, suspensões, travões, pneus e rigidez de quadro de uma moto de estrada, mas com uma posição de condução, ergonomia e conforto de uma trail. Embora com menos cilindros e potência, o comportamento estava muito mais próximo das FZR contemporâneas do que qualquer outra trail anterior, com a vantagem de não ser preciso ser-se contorcionista e ter uma coluna cem por cento sã para aflorar as imediações dos seus limites." Não disse que a TDM não era uma fun bike, ou que a NC é uma fun bike. A NC é uma moto económica e a TDM não. O conceito de ergonomia (para simplificar)da NC nasceu, em minha opinião, com a TDM.

Agosto 27, 2016, 17:56:04, 17:56
Responder #3

Luis Salgueiro

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Tu muito correcto e muito lindo mas dizer que o conceito deriva da TDM estragas te tudo.

A TDM era uma FunBike e não era a única,  está a Capital Nordwest e a KLM Duke,  para além das Ter 125 e 250 (ambas fumarentas).
Se existe alguma coisa que siga e evolua esse conceito foram as HiperStrada e Dorsoduro,  mas principalmente as Multistrada e S1000XR.

A gama NC nasceu num momento de crise,  aproveitando metade do motor do Jazz e importando o seu temperamento citadino.
O objectivo nunca foi o de uma moto emocionante ou hábil para viajar. Apesar de que sim,  devo reconhecer  que o conjunto é  muito bom, o motor um verdadeiro mealheiro e a estética sem grande arrojo e consensual.
Andei nas três a S,  a X e na D e são motos muito boas para o dia a dia e para algum passeio descomprometido,  fora disso não será difícil encontrar - lhe os limites.

A TDM está (para mim) no 'Top Five' dos melhores modelos que a Yamaha já fez  :nice:.
A NC é de facto uma boa mota 'mas lá está' ..depois de comeres picanha já não dás muito valor à salsicha  :D e o melhor que os proprietários das NC têm a fazer é de facto não 'provar' a gama logo acima ( a Crossrunner ou a MT-09, por ex. ) pois já a iam a começar a olhar de outra forma.
Resumindo : As NC são um modelo de mota que "já tem o que chega"  (em variados aspectos de funcionalidade ), mas (quanto a mim) não têm ainda o que chega para integrarem a classe de motas 'com alma' .
 Comparativamente prefiro a CB 500 X ( as diferenças entre ambas são poucas) pois tem uma condução mais 'old school' , com recurso mais frequente à caixa que proporciona uma condução mais divertida.
Cumps. e boas curvas !  :convivio:
« Última modificação: Agosto 27, 2016, 17:57:40, 17:57 por Luis Salgueiro »

Agosto 27, 2016, 18:03:44, 18:03
Responder #4

LoneRider

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Não podes dizer isso quando a NC nasceu ao mesmo tempo com  três versões distintas,  com especificações diferentes e logo,  portanto, uma ergonomia adaptada a cada modelo.
A ergonomia da NC-X é  muito mais ergonomia de moto citadina e utilitária que uma posição trail como a TDM que,  salvo pelo guiador e posição das mãos menos off road tinha a ergonomia calcada da Super Tenere que era,  nada mais nada menos,  a trail mais radical da altura.

Até entendo que tente explicar determinados detalhes criando determinados paralelismos para que o pessoal possa visualizar. Aceito isso é até o compreendo,  mas o erro está no exemplo dado uma vez que seria muito mais fácil dizer que a posição de condução seria a mesma da NC-S mas com um guiador mais aberto e numa posição mais elevada que é o caso na realidade acontece.
Mas não se chateie,  2100km em dois dias é fixe,  não  nos quer contar como foi!?
Ponha aí umas fotos para um gajo babar-se um pouco.
Quando leres as minhas palavras, barbaridades e demais conjecturas,  pensa no Gato que Ri do conto Alice no País das Maravilhas.

Agosto 27, 2016, 18:39:54, 18:39
Responder #5

Cross

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Excelente review companheiro VCS!

Tive até recentemente o prazer de ter uma NC 700XD e devo dizer para a cidade e um passeio despreocupado sem horário não existe melhor. Na verdade era a montada da minha esposa que como não temos muita oportunidade de sair por aí devido à família tive pena de a ter parada e vendi quase nova. A CR passou a andar double mais vezes.

Em relação à crossrunner pois não tem nada ver, mas nas minhas deslocações mais curtas e em especial na idas a Lisboa por exemplo nas linhas do eléctrico.... nos semáforos...aquilo papava RRs e PCX no arranque que até espicaçava os seus donos no primeiros metros...depois picavam-se as R e acabava depressa..... a facilidade do binário em baixas da NC juntamente com a cx DCT que não tinha que cansar a mão esquerda não há melhor. Surpreendentemente nas estiradas mais longas e até que a NC tem uma distância entre eixos maior dá-lhe uma estabilidade acrescida que não afecta nada na cidade porque como o motor está no fundo deitado o centro de gravidade é baixo e mantém a rapidez nas curvas e a agilidade necessária no meio do trânsito também. Uma autêntica faz tudo, que vai onde vão as outras.
Até aos 120km/h vai muito bem mas depois baixa um pouco. Não se pode ter tudo. Quando saíamos os dois era certo eu parar para abastecer duas vezes em quanto que na NC era uma só vez. Acredito que este motor pouco rotativo por isso intrinsecamente menos desgaste mecânico dure uma vida inteira.
Como foi dito quem quer passar de uma 125cc para subir para uma superior cilindrada é uma boa entrada de gama porque permite alguns erros que se cometem assim como quem se cansar de uma sport e ter uma outra opção mais relax, ou tambem porque não se tiver possibilidade de uma segunda montada para as voltinhas.
Uma autêntica obra de engenharia este novo conceito NC em especial com DCT!

Bom Senso e Senso Comum nunca fez mal a ninguém!

Agosto 27, 2016, 18:59:42, 18:59
Responder #6

LoneRider

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Cross disseste tudo.

Novo conceito.

E agora venha de lá as pelingrafias da viagem :festa:
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Agosto 27, 2016, 19:26:03, 19:26
Responder #7

rodd

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Muito obrigado pela partilha. :nice:

Como já aqui foi dito, venha de lá um tópico nas "Viagens e passeios..."  :nice: :fotografar:

Boas curvas.

Agosto 27, 2016, 19:31:22, 19:31
Responder #8

João_Santos

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Venham mais fotos que é o que o pessoal gosta.  :nice: :nice:

João  :scooter: :scooter:

Agosto 27, 2016, 20:38:52, 20:38
Responder #9

RSANTANA

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Experimentei uma igual e não gostei nada. Estranho o comportamento, não gostei.

Agosto 27, 2016, 22:28:53, 22:28
Responder #10

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Não podes dizer isso quando a NC nasceu ao mesmo tempo com  três versões distintas,  com especificações diferentes e logo,  portanto, uma ergonomia adaptada a cada modelo.
A ergonomia da NC-X é  muito mais ergonomia de moto citadina e utilitária que uma posição trail como a TDM que,  salvo pelo guiador e posição das mãos menos off road tinha a ergonomia calcada da Super Tenere que era,  nada mais nada menos,  a trail mais radical da altura.

Até entendo que tente explicar determinados detalhes criando determinados paralelismos para que o pessoal possa visualizar. Aceito isso é até o compreendo,  mas o erro está no exemplo dado uma vez que seria muito mais fácil dizer que a posição de condução seria a mesma da NC-S mas com um guiador mais aberto e numa posição mais elevada que é o caso na realidade acontece.
Mas não se chateie,  2100km em dois dias é fixe,  não  nos quer contar como foi!?
Ponha aí umas fotos para um gajo babar-se um pouco.

Meu Caro LoneRider,
Eu não ignoro que ninguém faz referência à TDM como 1ª moto que tentou casar certas características de motos de estrada com outras mais habituais das motos de "terra". Também não desconheço que não há uma review (que eu tenha visto) que diga que a TDM pode ter inspirado, nos termos que refiro no artigo, o projecto da NC X. Daí a essa opinião representar um erro, vai uma distância. Mas é apenas a minha opinião, que mantenho, e admito perfeitamente que possa estar enganado.

Quanto à viagem e às fotografias... meus caros, 2300 kms em 2 dias, vocês acham que houve tempo para muitas fotos ??

A viagem não teve grande história porque foi direta a Vitória. No regresso, quando cheguei a Tordesilhas virei à direita no sentido de Zamora e entrei em Portugal por Miranda do Douro, porque tinha que passar ainda por Amarante. Foi aí que pude aproveitar para experimentar a moto em estradas sinuosas, junto ao Douro. De Amarante para sul foi a prego para chegar rápido a casa (...às 3 da manhã), porque no dia seguinte havia que trabalhar...


   

Agosto 27, 2016, 22:38:38, 22:38
Responder #11

Sapiens21

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    Queira o bem. Faça o bem. O resto vem...
Já fiz cerca de 1.000/1.100kms no espaço de 24h, em modelos distintos (uma prova que alguns membros do fórum bem se lembram) e é extremamente desgastante para o corpo e para a mente.

Fazer 2.300kms em 2 dias é algo que exige muita concentração e uma resistência que eu - depois do que passei e com temperaturas baixíssimas como senti - acho que não conseguiria suportar.

Dou-te os meus parabéns...e à máquina também pela sua fiabilidade e resistência.  :palmas:
"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas para satisfazê-los.
Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro."

Dalai Lama

Agosto 27, 2016, 22:41:38, 22:41
Responder #12

LoneRider

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Caro VCS.

Em Espanha existe um serviço fotográfico rodoviário. É só acelerar que elas vão lá ter a casa!!!!  :lolol:

Agora o que o bom amigo tem que fazer é contar histórias sobre as vesposas que dormem lá na sua garagem!
Principalmente a GTS (coisa mai linda!  :love0001:)
« Última modificação: Agosto 27, 2016, 22:45:00, 22:45 por LoneRider »
Quando leres as minhas palavras, barbaridades e demais conjecturas,  pensa no Gato que Ri do conto Alice no País das Maravilhas.

Agosto 27, 2016, 22:49:34, 22:49
Responder #13

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Fazer 2.300kms em 2 dias é algo que exige muita concentração e uma resistência que eu - depois do que passei e com temperaturas baixíssimas como senti - acho que não conseguiria suportar.

Dou-te os meus parabéns...e à máquina também pela sua fiabilidade e resistência.  :palmas:

É curioso porque cheguei muito fresco no final do 1º dia. Apesar das temperaturas relativamente altas e do trajecto monótono na ida, o conforto da moto permitiu-me chegar perto das 4h da tarde a Vitória, bastante mais relaxado do que antevia.
O regresso foi bastante mais penoso, porque já tinha algum cansaço acumulado do dia anterior, e o dia estava extremamente quente, muito mais do que na véspera. O trajecto sinuoso em Portugal (até Amarante) e as demasiadas horas condução (com chuva (!) e nevoeiro na AE no regresso) deixaram-me bem cansado à chegada.

Agosto 27, 2016, 23:07:07, 23:07
Responder #14

Sapiens21

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    Queira o bem. Faça o bem. O resto vem...
A respeito do que dizes, posso dizer-te que no "Desafio 24h Non-Stop", quando cheguei a casa e me deitei (eram 10h30 da manhã), só acordei quase ao final da tarde.  :D  :D

Estava exausto...e tínhamos ao dispor uma 125cc, uma 300cc e uma 750cc.  :)
"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas para satisfazê-los.
Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro."

Dalai Lama

Agosto 27, 2016, 23:17:47, 23:17
Responder #15

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Em relação à crossrunner pois não tem nada ver, mas nas minhas deslocações mais curtas e em especial na idas a Lisboa por exemplo nas linhas do eléctrico.... nos semáforos...aquilo papava RRs e PCX no arranque que até espicaçava os seus donos no primeiros metros...depois picavam-se as R e acabava depressa..... a facilidade do binário em baixas da NC juntamente com a cx DCT que não tinha que cansar a mão esquerda não há melhor. Surpreendentemente nas estiradas mais longas e até que a NC tem uma distância entre eixos maior dá-lhe uma estabilidade acrescida que não afecta nada na cidade porque como o motor está no fundo deitado o centro de gravidade é baixo e mantém a rapidez nas curvas e a agilidade necessária no meio do trânsito também. Uma autêntica faz tudo, que vai onde vão as outras.
Até aos 120km/h vai muito bem mas depois baixa um pouco. Não se pode ter tudo. Quando saíamos os dois era certo eu parar para abastecer duas vezes em quanto que na NC era uma só vez. Acredito que este motor pouco rotativo por isso intrinsecamente menos desgaste mecânico dure uma vida inteira.
Como foi dito quem quer passar de uma 125cc para subir para uma superior cilindrada é uma boa entrada de gama porque permite alguns erros que se cometem assim como quem se cansar de uma sport e ter uma outra opção mais relax, ou tambem porque não se tiver possibilidade de uma segunda montada para as voltinhas.
Uma autêntica obra de engenharia este novo conceito NC em especial com DCT!

Obrigado pelo comentário.
Realmente a partir dos 130/140 a NC X não alonga com grande vigor. Mas esse é o preço a pagar, como bem diz, por muitas outras vantagens. Eu acho que a Honda se focou no condutor real, e naquilo que o condutor real faz em 90% do tempo que passa com o rabo sentado em cima da moto. E acho que acertaram em cheio !
Não é apaixonante ? Verdade. Mas que é uma moto de mão cheia, não tenho dúvidas.

Agosto 27, 2016, 23:22:51, 23:22
Responder #16

VCS

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A respeito do que dizes, posso dizer-te que no "Desafio 24h Non-Stop", quando cheguei a casa e me deitei (eram 10h30 da manhã), só acordei quase ao final da tarde.  :D  :D

Estava exausto...e tínhamos ao dispor uma 125cc, uma 300cc e uma 750cc.  :)

Isaac, eu acho que não é comparável o cansaço num cenário desses, com o da minha viagem.
Para começar, motos pequenas cansam muito mais (acredita que eu sei do que falo).
Depois, eu viajei sozinho, ao meu ritmo, optimizando paragens, e estou razoavelmente habituado a fazer muitas horas de moto em espaços de tempo relativamente concentrados. Não tinha o stress de organizar nada, nem de ter "n" pessoas a depender daquilo que eu estava a fazer. Isso tudo paga-se em cansaço. 

Agosto 27, 2016, 23:25:30, 23:25
Responder #17

VCS

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Caro VCS.

Em Espanha existe um serviço fotográfico rodoviário. É só acelerar que elas vão lá ter a casa!!!!  :lolol:

Agora o que o bom amigo tem que fazer é contar histórias sobre as vesposas que dormem lá na sua garagem!
Principalmente a GTS (coisa mai linda!  :love0001:)


Haja tempo e saúde para as gozar e ainda para escrever sobre isso. Com calma, tudo se faz. :-)

Agosto 29, 2016, 15:52:31, 15:52
Responder #18

Tiago Parracho

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Caro VCS, concordo em absoluto com as tuas conclusões sobre a NC.

É de facto construída para uma finalidade muito bem definida, que é a de ser uma mota utilitária, utilizada maioritariamente em deslocações casa-trabalho e vice versa, o que não a impossibilita de fazer passeios, etc.

E foi exatamente tendo em conta essa finalidade, que se coaduna com a utilização que lhe dou em cerca de 95% dos quilómetros que já lhe pus em cima, que optei por ela em detrimento por exemplo de uma MT-07.

A NC não é pior nem melhor que as outras motas, é diferente, por ter sido projetada desde raiz para uma finalidade para a qual existem poucas concorrentes, sendo a maioria scooters.

Para mim, assenta que nem uma luva, e estou perfeitamente satisfeito com ela :festa:

Agosto 29, 2016, 15:57:56, 15:57
Responder #19

Clemente Vicente

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Caro VCS, concordo em absoluto com as tuas conclusões sobre a NC.

É de facto construída para uma finalidade muito bem definida, que é a de ser uma mota utilitária, utilizada maioritariamente em deslocações casa-trabalho e vice versa, o que não a impossibilita de fazer passeios, etc.

E foi exatamente tendo em conta essa finalidade, que se coaduna com a utilização que lhe dou em cerca de 95% dos quilómetros que já lhe pus em cima, que optei por ela em detrimento por exemplo de uma MT-07.

A NC não é pior nem melhor que as outras motas, é diferente, por ter sido projetada desde raiz para uma finalidade para a qual existem poucas concorrentes, sendo a maioria scooters.

Para mim, assenta que nem uma luva, e estou perfeitamente satisfeito com ela :festa:


Boas, x 2 , no meu caso a Integra que desempenha igualmente o mesmo objetivo .

Boa sorte e parabens pelas excelentes fotos.

 :bandeiraportugal:

« Última modificação: Agosto 29, 2016, 15:59:14, 15:59 por Clemente Vicente »
---------------------------------------------  " SÃO HONDA SENHOR; SÃO HONDA !!! "   -----------------------------------------

Agosto 29, 2016, 16:18:45, 16:18
Responder #20

TMXR

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Excelente TD Vasco!  :palmas: :palmas: :palmas:


Concordo com aquilo que dizes... a Honda com as NC explora um conceito racional para uma clientela que procura uma maquina económica, robusta e segura, sendo este tipo de motos perfeitas para os percursos diários  de casa - trabalho / trabalho - casa  :nice:


A moto em termos de "mundo real" nao é lenta, pelo contrario... mas perde bastante emotividade quando se compara com maquinas da mesma cilindrada  :nice:
Yamaha Tmax 500/530 * BMW C Evo/R1200GS/1250 GS/1200 GSA/1200 RT * KTM 1290 SAS *  Trimph Tiger 800 XRT / Street Triple RS * Ducati Multistrada 950S/1200S/1260S/Enduro *  Kawazaki Z900  * MV Agusta Turismo Veloce Lusso * Honda Crf300l

Agosto 29, 2016, 18:37:19, 18:37
Responder #21

João_Santos

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A NC é uma moto com características muito particulares, exige treino de adaptação ás rotações que faz, ao corte no redline pouco habitual etc..

Mas anda a vapores de gasolina.

João  :scooter: :scooter:

Agosto 29, 2016, 19:44:04, 19:44
Responder #22

Sapiens21

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    Queira o bem. Faça o bem. O resto vem...
A NC, especialmente a "X", tem vingado muito bem em termos de vendas no nosso país, em virtude da sua facilidade de condução, um design que é atractivo q.b., uma economia imbatível (para a cilindrada em questão), uma fiabilidade que tem sido aclamada em todas as publicações do sector e um preço que sempre se mostrou...desde a primeira versão, como justo.

A NC não é agora nem foi antes especialmente rápida, mas não desilude, sendo que todos estes atributos conjugados, continuam a fazer da mesma um negócio que é visto, mesmo no mercado de usados...como muito atractivo.
"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas para satisfazê-los.
Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro."

Dalai Lama