TEST-RIDE > Royal Enfield himalayan (matricula de 12/2019)
Hoje foi dia de ir ajudar um amigo a trazer a sua nova 2ª moto e tive o prazer e privilégio de ser eu a fazer o test-ride e "rodagem".
A Royal Enfield himalayan com matricula de Dezembro de 2019 e apenas pouco mais de 2300km no mostrador, demonstrou ser uma moto bem divertida de se conduzir!
E eu que não gosto nada deste estilo de motos...
Confesso que estava bem expectante com o que fui lendo nos últimos dias e estava ainda com algum receio quanto à altura e maneabilidade da moto.
Mas foram meros receios pois na prática tudo foi ultrapassado facilmente, não fossem os "apenas" ~195kg e o banco ter uma altura de apenas 80cm ao chão!!!
E vem com "alatovic"!!!
(sem estar com os pés totalmente assentes no chão contudo não tive qualquer dificuldade ao longo do dia, e até em colocar o descanso central... tudo muito fácil!!!)
Os primeiros quilómetros, não mais de 5km, foram para me ajustar à condução com moto de roda alta (na frente), em que parecia existir uma grande divergência entre o que a moto curva e o que vai rodando o guiador... uma sensação estranha de estar perante um guiador extremamente leve mas que a moto acaba por executar as curvas de forma firme e linear.
Em todo o caso, só é estranho estar quase parado e a iniciar a marcha.
A primeira paragem foi propositada por ser um sitio que bem ficava ali encaixado pelo meio...
Grande parte do trajecto parece que encaixou na perfeição com os melhores regimes da RE himalayan.
O trajecto foi este:
https://goo.gl/maps/9uFos57d6gJhM9qc6Mas entre Portimão e Canal Caveira foi bem divertido, mesmo que alguns quilómetros infelizmente tenham sido ligeiramente cansativos porque tinham estado a abater eucaliptos e a estrada estava com restos espalhados além de areia e pedras soltas...
Estes primeiros ~150 quilómetros, com muitas curvas, alterações altimétricas e diferenças de piso, com um regime entre 60kmh e 90kmh demonstraram a capacidade da RE himalyan em realizar curvas até rápidas e com um significativo ângulo de inclinação e sempre com uma sensação de extrema facilidade, segurança e com grande previsibilidade, apesar das dimensões dos pneus (Pirelli de origem), 90/90 21" na frente e 120/90 17" atrás.
A travagem tinha lido antes que seria bem "esponjoso" e como já estou habituado na minha moto que também tem essa característica, facilmente contornei a coisa recorrendo ao uso de caixa em "sintonia" com a travagem distribuída +/- 70% travão frente e 30% travão trás, apesar de a moto até ter ABS duplo canal, com disco simples à frente de 300mm (pinça dois pistões) e disco simples de 240mm a trás (pinça de pistão único).
O motor monocilindro 4T, refrigerado a ar, de 411cc, com cerca de 25cv às 6500rpm e 32Nm disponíveis entre 4250rpm e 4500rpm, e com caixa manual de 5 velocidades demonstrou ser suficiente para proporcionar uns valentes sorrisos!
Não não é nenhum canhão e não realiza dos 0-100kmh em menos de 3segundos, mas tem motor suficiente para manter um determinado regime constante!
Mas tive uma sensação parecida com a que tive aquando experimentei a ultima Honda Varadero 125cc, o aspecto de parecer ter dois tipos de andamento... uma mais calmo, suave, e outro mais puxado mas vibrante...
Se os primeiros 150km foram bem divertidos, já os quilómetros de estrada quase sempre a direito foi o momento menos cativante, apesar de ser extremamente fácil de se conduzir!
Em autoestrada, de maneira alguma será este o local preferido da moto, porque apesar de ela até exprimida chegar quase a 140kmh, pelo que dizem (eu só dei 120kmh), senti acima dos 110kmh a normal vibração de um monocilindro e se tivesse prolongado durante muito tempo esse andamento acabaria por ficar com pernas e braços dormentes... quase certo!
Em todo o caso, a sonoridade faz lembrar um misto entre kart e moto-roçadeira, dando uma sensação misturada entre algo divertido e algo engraçado...
Não tive oportunidade de experimentar fora de estrada, onde é suposto ela ainda brilhar mais, mas bastou essas estradas mais irregulares para me divertir e deliciar com a moto, além de ser bem confortável e com uma posição de condução bem recta e descansada!
O mostrador é "híbrido" entre velocímetro e conta rotações analógico com uma zona mais digital onde se podem verificar alguns parâmetros do "pequeno computador de bordo", que não tive oportunidade de experimentar, desconhecendo que funções terá.
Mas tem bússola para quem não tiver GPS!
[...e indicação de mudança engrenada!]
Achei que os ponteiros com luz de fundo vermelho e branco estavam pouco visíveis por serem pouco contrastantes com o próprio fundo das mesmas cores...
Dá para ver no exemplo:
Mas como no geral não é uma moto que trará grandes problemas com excessos de velocidade...
Para concluir, ficam aqui mais umas fotos da bicha:
Gostei!
nota: ficou combinado com o dono da moto, com alguma brevidade regressar a Portimão para se possível uma almoçarada com alguns "camaradas sulistas", pois hoje ainda assim foi sair pelas 9am e chegar às 9pm...
EDITADO - notas soltas finais:
- a 4ª praticamente faz tudo, de 30 a 100kmh
- autonomia de ~400km para um depósito de apenas 15lt
- caixa de velocidades precisa apesar de ser demasiado "rudimentar" de se colocar as mudanças
- faróis e piscas tradicionais, farolim traseiro em LED
- computador de bordo
não tem luz de "reserva" mas indica a piscar "trip F" e vai indicando os quilómetros que se fazem desde que se entra na reserva... fiz quase 40km
- final da tarde, a ausência de "deflectores e acessórios aerodinâmicos" faz com que se sinta o frio abaixo dos joelhos
Umas pérolas que encontrei lá por baixo:
"não, já não se comem sardinhas debaixo da ponte..."