Não percebo porque é que a Suzuki foi tão criticada pela Gladius. Sinceramente.
Porque abandonou uma receita que dentro de certas limitações funcionava, para adoptar uma abordagem mais... feminina.
Os próprios esquemas de cores são bastante explícitos.
O problema é que o público feminino era e ainda é um nicho.
E o público masculino (sobretudo se considerarmos que parte considerável vê na moto um prolongamento da sua masculinidade) tende a optar por coisas menos.. gay.
O lado bom do insucesso da Gladius é que trouxe a SV de volta.
Hoje em dias as naked, agora chamadas street fighters, são muito "semelhantes" em alguns aspetos (destaco a Kawasaki que, para mim, faz do mais agressivo que existe - pelo menos nas Z900 e 1000).
As "street fighters" nasceram nos anos 80 a partir da conversão de motos desportivas em máquinas cheias de testosterona para queimar borracha e andar de roda no ar.
E embora a escola alemã tenha desvirtuado por algo mais cosmético, tudo isto não deixa de estar ligado a uma subcultura britânica (daí muitas vezes a referência a hooligan bikes) como também foram as café racers nos anos 50 e 60.
O mercado naturalmente adoptou a designação e explorou comercialmente produzindo novas máquinas dentro desta abordagem.
No entanto é uma vertente de customização.
Chamar "streetfighter", "café racer" ou "scrambler" a um produto de fábrica acaba por ser uma parolice tão grande quanto chamar "custom" a algo que nem sequer foi customizado.
Portanto na realidade são nakeds, roadster... ou como a Yamaha agora lhes chama: "Hyper Naked".
E tens razão quanto á Kawasaki: Pois a Z1000 foi uma valente pedrada no charco.
Foi a primeira japonesa que saiu com esta inspiração, moldando o que vários outros construtores produziram até muito recentemente.