Autor Tópico: A Ducati vai apostar nos combustíveis sintéticos...antes das eléctricas!  (Lida 1325 vezes)

Abril 12, 2021, 23:21:54, 23:21
Lida 1325 vezes

Sapiens21

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A Ducati vai apostar nos combustíveis sintéticos...antes das eléctricas!





Poderá à partida parecer estranho e (eventualmente) um pouco contraciclo com aquilo que vão sendo as previsões do mercado em termos de veículos eléctricos...sendo precisamente isso que torna este tema realmente interessante!

Isto porque o vice-presidente da Ducati, Francesco Milicia, revelou que a aposta para reduzir as emissões vai muito provavelmente passar pelos combustíveis sintéticos.

Além disso revelou também em entrevista que a Ducati não deverá produzir uma moto eléctrica...para já.
Ou seja, não exclui ter de apostar nas eléctricas, mas procura uma alternativa num tempo mais próximo que não deixe de ter forte impacto na redução de emissões poluentes e cumprimento de apertadas normas.

Aquilo que o mesmo disse, entre outras coisas, foi (traduzido):

"Estamos a olhar com cuidado para outras soluções para emissões zero ou reduzidas, como o combustível sintético. Outras marcas do nosso grupo, como a Porsche, estão a fazê-lo e é algo para que estamos a olhar a médio prazo”.

Deixo um par de links sobre o tema:

https://electrek.co/2021/04/12/ducati-backtracks-on-electric-motorcycles-touts-synthetic-fuel-instead/

https://www.motorcyclenews.com/news/2021/april/ducati-future-plans-electric-synthetic-fuel/




"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas para satisfazê-los.
Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro."

Dalai Lama

Abril 13, 2021, 10:45:23, 10:45
Responder #1

MotardFeio

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Vão à boleia da Porsche que anda a pensar nisso há anos, e como pertence tudo ao mesmo dono, chama-se sinergias de grupo!!

Aqui poderá produzir frutos - e espero mesmo que sim, para continuar a usar o meu canhão por muitos mais anos!!!!
Sombra, Saúde e "não vamos ferir susceptibilidadezinhas"...
Que deus não pode dar tudo!!!

A tua liberdade acaba onde começa a minha

Abril 13, 2021, 15:18:27, 15:18
Responder #2

VCS

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Todas as marcas com gamas essencialmente desportivas estão a olhar para os combustíveis sintéticos.
Os carros eléctricos dificilmente poderão algum dia transmitir emoção (pelo menos equiparável à de um motor térmico), a única variável desta equação em que já hoje são impressionantes é o arranque/retoma. Tudo o que implique ficar longe de uma recta parece ser desapontante, desde logo pelo peso.
Isso é obviamente um problema para as Ferrari, Porsche,... Ducatis, MV... desta vida...
Na F1 estão a trabalhar em combustíveis sintéticos e fala-se muito em motores a 2 tempos. :cool:

Posso estar redondamente enganado mas estou convencido que o eléctrico vai ser apenas uma etapa e tenho dúvidas que fique por muito tempo...   

Abril 13, 2021, 15:27:27, 15:27
Responder #3

Sapiens21

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Em termos gerais, estamos a falar de largos milhões de veículos.
Diz-se que existem, nas contagens mais recentes, 1.8 mil milhões de veículos, pelo que a substituição da maioria do parque de veículos em circulação no planeta (tornando-o eletrificado), é algo que demorará tempo.  Muito tempo...

A possibilidade agora concedida pelos 'e-fuels' e que cada vez mais se ouve falar, vai permitir cumprir metas cada vez mais difíceis e por certo inalcançáveis com combustível que tenha origem no petróleo.

A grande vantagem deste 'e-fuel' está desde logo em não se ter de fazer nenhuma alteração aos nossos automóveis para  o usar.

Veremos no que isto vai dar nos próximos anos, pois por outro lado vejo cada vez mais fabricantes a afirmarem que irão deixar de desenvolver novos motores de combustão.
Alguns num espaço de tempo bem curto.  :pensador:

No caso das motos, já não tenho visto bem a mesma coisa. :cost:
« Última modificação: Abril 13, 2021, 17:53:14, 17:53 por Sapiens21 »
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Abril 17, 2021, 20:28:26, 20:28
Responder #4

JoãoPVCarvalho

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Ando eu a descascar esta fruta noutro tópico e até já temos aqui anúncios oficiais do grupo VW.
Um planeamento cuidado é meio caminho andado.✌
by JDilemas


Outubro 21, 2021, 20:24:39, 20:24
Responder #6

Cross

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Outubro 21, 2021, 21:06:19, 21:06
Responder #7

dfelix

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Não me choca nada!
E nem me me admiraria as Ducatis que possam substituir as Energica em 2023 sejam na realidade Energicas com rebranding Ducati.

Em Dezembro de 2020 escrevi aqui o seguinte:

"Acredito que um dos caminhos da "electrificação" das motos pode passar também por aqui...
Para grandes construtores, mais fácil que criar será mesmo comprar e absorver outros que já tenham know-how sobre o assunto"


Sempre achei que o caminho poderia ser este para alguns construtores.
Nomeadamente o da Ducati. Que nos últimos anos só tem apresentado produtos concebidos a partir de plataformas já existentes.
A que junta o facto de se ter aberto a possibilidade de existir algum investimento em aquisições.

Sempre achei que a Energica poderá ser asset complexo para uma aquisição.
Mas posso estar redondamente enganado.
Faz parte dum grupo industrial que é uma espécie de Williams italiana.
Grupo esse que opera predominantemente para terceiros.

Estou curioso para perceber se esta profecia se torna realidade.  :D

(Uma coincidência: É a própria Williams que referi atrás, uma das principais entidades envolvidas no projecto de electrificação da Triumph)

Outubro 21, 2021, 21:15:01, 21:15
Responder #8

Sapiens21

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A prova...

Quando mete aperto de mãos (ainda por cima nos tempos que correm), é porque é mesmo muito a sério e com determinação no projecto! :stuck_out_tongue_winking_eye:

O CEO da Ducati, Claudio Domenicali (à esquerda) e o CEO da Dorna Sports, Carmelo Ezpeleta (à direita).



Serão os fornecedores de 2023 a 2026.
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Dalai Lama

Outubro 21, 2021, 21:45:17, 21:45
Responder #9

Cross

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A prova...

Quando mete aperto de mãos (ainda por cima nos tempos que correm), é porque é mesmo muito a sério e com determinação no projecto! :stuck_out_tongue_winking_eye:

O CEO da Ducati, Claudio Domenicali (à esquerda) e o CEO da Dorna Sports, Carmelo Ezpeleta (à direita).



Serão os fornecedores de 2023 a 2026.
Apertos de mãos já todos nós vimos muitos... agora é ver se temos o "walk the talk" respetivo.
Nas startups então....

Aliás campeonato monomarca tem pouco interesse. 
Quem é que quer ver uma Ducati eléctrica?
Os puristas ou "casmurros" do desmo por exemplo até lhe deve cair mal...
Como olhar para uma Harley Sports com o novo motor max... que mer... é aquela pá

Neste mercado o melhor era mesmo ter varias marcas para ter multiplos "sprints" de desenvolvimento para trazer os benefícios para o mercado e actualmente a luta entre máquinas tem interessado mais que os skills do pilotos para o melhor e pior da competição!


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Outubro 21, 2021, 21:56:39, 21:56
Responder #10

Sapiens21

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Nesse ponto concordo...

A existência de várias marcas em competição promove um desenvolvimento e soluções tecnológicas mais rapidamente do que acontece numa prova monomarca.

E por acréscimo, mais rapidamente 'saltam' da competição para o mercado, com as soluções que os fabricantes desenvolvem...e os clientes esperam ver realidade.

Mas...e que outras marcas existem neste momento nas eléctricas, ou onde haja notória vontade para isso?
A realidade é que poucas...

A Ducati chegou-se à frente e agarrou a oportunidade.

O Grupo VW, onde a Ducati se encontra desde há uns anos, já altamente orientado para os V.E. como sabemos, imagino que terá dado total apoio à 'ideia', para que isto ocorresse.
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Dalai Lama

Outubro 21, 2021, 22:07:49, 22:07
Responder #11

dfelix

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Quem é que quer ver uma Ducati eléctrica?

Certamente os mesmos que querem ver uma Energica...  :D

Tenho curiosidade em saber quais serão as audiências da motoE.
Se as classes moto2 e moto3 já passam despercebidas ao lado da classe raínha... as motoE nem se fala.

As Gretas e PAN's desta vida não me parece que sejam audiência de desportos motorizados.

Mas... certamente que há muito dinheiro aqui envolvido.
E a Ducati está numa fase muito boa enquanto fornecedor.
Tem 8 pilotos na classe raínha, que mesmo não sendo todas de última geração, não deixam de ser 16 motos.
E que mesmo algumas satélites estando a usar recondicionados de épocas anteriores, não deixam de ser 56 motores.

Um contrato que lhes garante cerca de 36 novos protótipos e certamente outros compoentes, é algo que certamente será bem rentável.
Para não falar de que ao nível promocional será bastante útil para abrir caminho entre os tifosi.
Afinal... os V4 e o fim da treliça nasce do GP...

E por acréscimo, mais rapidamente 'saltam' da competição para o mercado, com as soluções que os fabricantes desenvolvem...e os clientes esperam ver realidade.

Mas...e que outras marcas existem neste momento nas eléctricas, ou onde haja notória vontade para isso?

Ironicamente...
Olhamos para as Moto3...  e até à pouco tempo era dominada por alguns independentes que não são propriamente os mesmos das marcas que encontramos à vena.
Olhamos para as Moto2... e os motores são provenientes de um único fornecedor que nem sequer tem motos desportivas em catálogo.

 :)

No caso das motoE o cenário ainda é mais complexo pelos motivos que referes.
« Última modificação: Outubro 21, 2021, 22:13:39, 22:13 por dfelix »

Outubro 21, 2021, 22:17:18, 22:17
Responder #12

Sapiens21

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Não totalmente, mas em parte a quase ausência de som (aquele que chega às bancadas ou se percebe desde o sofá a ver a prova pela TV), não atrai...

E essa atração pelo som, aqui ausente, tanto ou mais ainda do que a velocidade e as ultrapassagens numa prova, tem um peso muito grande para o espectador.

No fundo, é um atrair pelos sentidos e não se ficar só por um (a visão).

Imaginem isto visto (ouvido) das bancadas....
Só deve ter alguma piada o zumbido por um par de voltas.
Depois...  :confused:

"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas para satisfazê-los.
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Dalai Lama

Outubro 21, 2021, 22:50:49, 22:50
Responder #13

ALCLCF

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A Energica já tinha anunciado há algum tempo a retirada. Em relação a propriedade o interesse (e vendas) sempre foi grande nos EUA https://finance.yahoo.com/news/ideanomics-increase-stake-italian-electric-090000026.html?guccounter=1&guce_referrer=aHR0cHM6Ly93d3cuZ29vZ2xlLmNvbS8&guce_referrer_sig=AQAAAGv4BlKKcROfHGF5aCDwbqxzt0-vrkP9ws5Y1tMwq1yEbGJkvTYq2t6CpvCr1M7TrljnSjgK0Ta6OemhZKNKEDZfXzHlHAZ_9s39rddu08c2k6QimOCQbIL0HGfxZ6i8L6KRGijRN0CrqWMot4PFAHqy-zYDLXoaQJhT9q0lW7ha

Para mim o interessante é ver finalmente uma marca "legacy" a chegar-se à frente em ciclomotores eléctricos com capacidade :cool:

Também nunca segui o MotoE, mas gosto de saber que tenho um veículo "processado" em pista épocas a fio; gosto de saber que está apta a ir a uma pista e não se vai queixar (portanto em estrada muito menos, como acontece com outras elétricas); e é bonito ter lá o "toclante" do FIM MotoE

O "coil whine", tem tanta piada que ainda hoje com +10mil km brinco com o aceleração/regeneração e o sentimento é geral na comunidade :stuck_out_tongue:




Outubro 22, 2021, 10:53:04, 10:53
Responder #14

dfelix

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Não totalmente, mas em parte a quase ausência de som (...)

Certo.
Mas as moto2 têm uma sonoridade simpática e nem por isso têm grande audiência.  :-\
A realidade é que a esmagadora maioria do público só assiste à classe rainha.
As restantes são... um acessório.

E até falo por mim, que durante alguns anos seguia este mundo com entusiasmo... no presente limito-me a ver só a "corrida principal".

As motoE acabam por ser aquele acessório que tenta passar uma imagem mais ecológica da modalidade.
Porque o mundo assim o obriga.