Ora, conforme prometido aqui fica a review à Triumph Tiger 800, mais precisamente à versão XCa. Tendo que começar por algum lado, foquemo-nos um pouco na estética, algo que está intrinsicamente ligado ao gosto pessoal de cada um. Se a traseira, com aquele farol muito parecido com a AT lhe dá um ar bastante apelativo, já a frente, sinceramente, não me entusiasma por aí além....Comandos com um tato muito agradável, muito bem posicionados e uma posição de conducao q.b.
Rodada a chave deparo-me com um display que, sendo eu um fã de painéis analógicos, conseguiu deixar-me bastante impressionado. A informação apresentada é tão vasta, que vou passar este
capítulo. Posso no entanto destacar a excelente legibilidade e variedade de menus. Este exemplar ( XCa) que conduzi tinha jantes 21" à frente e 17" atrás. Por sua vez a versão XRt que o meu amigo e muito possivelmente futuro comprador exprimentou, vem equipada com 19" à frente e 17" atrás.
Vamos então à parte que mais interessa, a experiência de condução. Talvez por eu estar muito habituado à sonoridade do SC Project sou muito exigente a este respeito e o ronco da Tiger não me causou nenhuma sensação especial. O som dos 3 cilindros fazem-me lembrar um pouco o Boxer da GS 1200, com um registo que não desilude mas que também não entusiasma. Arrancamos e primeira surpresa! A Tiger, tal como a Mazuki, tem a ajuda ao arranque, que aumenta ligeiramente a rotação à medida que vamos largando a embraiagem. Excelente!
A caixa de velocidades é muito suave com as passagens de caixa a serem feitas com uma rapidez impressionante. À medida que vamos incrementando o ritmo questiono-me se a proteção aerodinâmica ( ponto fulcral) cumpre os mínimos. Lá apanhamos uma estrada mais desimpedida e esticamos um pouco as máquinas. Punho enrolado, 140, 160, 175 e dá para perceber que a nível de aerodinâmica cumpre. Nota muito positiva para a regulação do vidro frontal que basta pressionar para a frente e regular. 5*****!
So far...so good..... Começamos a circular na zona histórica de Lisboa e os 25° graus que se fazem sentir, fazem aumentar sobremaneira o calor que emana do motor... e não é pouco. Deve ter sido o que menos gostei na mota. É verdade que experimentar uma mota num ambiente citadino, com temperaturas acima dos 25° não ajuda neste ponto mas de facto em certas alturas o desconforto começa a tornar-se evidente. Um ponto a melhorar sem dúvida.
Independentemente disso há que realçar que a agilidade com que esta mota se move no meio de carris, elétricos, tuk-tuks e turistas no meio de Lisboa é verdadeiramente notável. A leveza com que se move permite serpentear pelo meio de veículos e afins com imensa confiança. Apercebemo-nos que já passaram quase 2 horas e está na altura de devolver as máquinas. Em jeito de conclusão devo dizer que para uma apreciação correta desta Triumph, deveria conduzi-la à noite com temperaturas a rondar os 10°. O banco e punhos aquecidos em conjunto com aquele display TFT iriam certamente despertar uma faísca nesta curta relação mas o facto é que se esteticamente a Tiger 800 não me causou nenhum efeito borboleta, por outro lado o calor que saia do motor não tornou a experiência aínda mais agradável.
O meu amigo também se queixou do motor mas desde o evento da Touratech que já está decidido a comprar esta mota!
Pontos fortes - Equipamento / Agilidade / "Hiper" Confortável / Preço / Motor / Protecção aerodinâmica
Pontos "fracos" - Estética / Calor do motor
Uma excelente mota com um nível de equipamento muito completo e um conforto sublime, tudo proposto a um preço muito competitivo.
No entanto parece que ainda não foi desta que encontrei uma concorrente à altura da África Twin DCT