Autor Tópico: Motas com arranque electrónico ligam de engate (empurrão)?  (Lida 5601 vezes)

Novembro 22, 2018, 13:24:20, 13:24
Lida 5601 vezes

ricardmag

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Boas,

mais uma duvida de principiante.
As motas com arranque electrónico ligam de engate?
Como proceder?

Desde já obrigado.
Cumprimentos
« Última modificação: Novembro 22, 2018, 14:12:27, 14:12 por ricardmag »
"Quando a música acaba, apagam-se as luzes." The Door's


Novembro 22, 2018, 13:44:11, 13:44
Responder #1

dfelix

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Ligam "de engate"?
Isso é o quê? De empurrão?

No jurássico quando não havia grandes electrónicas era tranquilo.
Aliás, a maioria parte das vezes que se recorria era precisamente porque a bateria morria não fornecendo alimentação ao motor de arranque.

Com o aparecimento das electrónicas, nomeadamente dos sistemas de injecção que as coisas começaram a complicar.
Não há uma fórmula exacta pois cada mecânica tem as suas especificidades.
Mas, na maior parte dos casos desde que exista bateria suficiente para iniciar a electrónica e alimentar a bomba de combustível.... a moto certamente pegará de empurrão.

No presente, com electrónicas cada vez mais complexas em que o funcionamento depende de cada vez mais sensores e cujo próprio acelerador passa ser actuado electrónicamente, o melhor mesmo é chamar o reboque.
 :D

Novembro 22, 2018, 14:12:00, 14:12
Responder #2

ricardmag

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Sim de empurrão  ;) Aqui para o norte usasse muito a expressão "de engate".

Mas haverá algum problema em experimentar para o caso de um dia acontecer?

A melhor maneira será da seguinte forma?
- Ir para uma descida;
- Ligar a ignição;
- Engatar a primeira ou segunda;
- Com a embraiagem apertada embalar um bocado e depois largar a embraiagem;

Cumprimentos
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Novembro 22, 2018, 14:21:17, 14:21
Responder #3

Hemisaro

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Tomando o exemplo dos carros e extrapolando para as motas, dirira que será melhor uma quarta ou quinta pelo menos.

Novembro 22, 2018, 14:31:21, 14:31
Responder #4

ricardmag

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Novembro 22, 2018, 21:40:54, 21:40
Responder #5

JoãoPVCarvalho

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Se a bateria não tiver carga suficiente para acionar a bomba de gasolina vais precisar de um descida algo longa para fazer rolar o motor o suficiente para gerar corrente, caso contrário não pega.
Um planeamento cuidado é meio caminho andado.✌
by JDilemas

Novembro 22, 2018, 23:32:09, 23:32
Responder #6

dfelix

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A melhor maneira será da seguinte forma?

Sim.
Mas se for de injecção convém mesmo garantir que electrónica iniciou.
Na maioria corresponde a um iniciar" dos manómetros acompanhado de um barulho proveniente de debaixo do depósito que corresponde ao iniciar da bomba de combustível.

E a engatar convém uma 2º ou mesmo 3º.
Em primeira o mais provável é a roda bloquear e custar mais o "empurrão".

Se a bateria não tiver carga suficiente para acionar a bomba de gasolina vais precisar de um descida algo longa para fazer rolar o motor o suficiente para gerar corrente, caso contrário não pega.

Bem longa e uma boa dose de sorte...
O mais comum é não gerar corrente suficiente e aquilo fica tipo arvore natal.
 :D

Novembro 23, 2018, 08:51:40, 08:51
Responder #7

ricardmag

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Estou a ver que o melhor é comprar um tender.
Obrigado pelas respostas.

Cumprimentos
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Dezembro 09, 2018, 02:52:08, 02:52
Responder #8

Ricardo_Rodrigues

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Fevereiro 08, 2019, 13:23:15, 13:23
Responder #9

José Trigueiro

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cuidado com isso de pegar de empurrão.

Se for usado de forma sistemática, é um convite a avaria cara na caixa de velocidades.

Fevereiro 08, 2019, 16:03:26, 16:03
Responder #10

dfelix

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Se for usado de forma sistemática, é um convite a avaria cara na caixa de velocidades.

Porquê na caixa?
Largar a embraiagem em 2ª ou 3ª a 10/15kmh se for é algo assim tão agressivo?
Mais agressivo que qualquer tipo de passagem/redução/aceleração/desaceleração em velocidades que se podem considerar perfeitamente normais?

Consigo identificar um vasto número de componentes eléctricos e mecânicos que podem sofrer no processo.
Mas a caixa não consigo perceber exactamente como chega ser afectada.


Fevereiro 08, 2019, 16:53:41, 16:53
Responder #11

José Trigueiro

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Porque, numa condução normal, um motor a trabalhar oferece menos resistência quando largamos a embraiagem em 2.ª ou 3.ª, do que se for um motor parado. Prova disso é que quando se coloca uma mota (ou um carro) a trabalhar de "empurrão", sentimos sempre um solavanco da mota (ou do carro...), quando a resistência da inércia do motor parado encontra a força transmitida pelas engrenagens em movimento da caixa de velocidades. E essa força de inércia é maior com o tempo frio, para não falar de motas que estiveram paradas muito tempo.

Não quer isto dizer que pelo facto de se colocar uma mota a trabalhar de empurrão meia dúzia de vezes, isso vá logo estragar a caixa de velocidades, mas a continuar-se a usar esse modo de colocar a mota trabalhar, não damos saúde à caixa de velocidades e, um dia, a coisa pode dar para o torto. É preciso não esquecer que muitas vezes o abuso do pegar de empurrão com frequência sucede em motas velhas e com má manutenção, onde o proprietário seguinte é que paga a fatura.

Fevereiro 08, 2019, 22:54:36, 22:54
Responder #12

dfelix

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Porque, numa condução normal, um motor a trabalhar oferece menos resistência quando largamos a embraiagem em 2.ª ou 3.ª, do que se for um motor parado.

Oferece menos resistência onde exactamente?
Estamos ainda a falar da caixa, certo?

Prova disso é que quando se coloca uma mota (ou um carro) a trabalhar de "empurrão", sentimos sempre um solavanco da mota (ou do carro...), quando a resistência da inércia do motor parado encontra a força transmitida pelas engrenagens em movimento da caixa de velocidades.

Então o que danifica a caixa é... os solavancos do motor?
Como?

Portanto, a caixa da tua Jialing ás 9500 rpm quando está a transferir cerca de 11cv para a roda "sofre menos" do que se estiver a ser empurrada por uma força que resulta numa rotação inferior à do ralenti?

E essa força de inércia é maior com o tempo frio, para não falar de motas que estiveram paradas muito tempo.

Agora fiquei mais confuso!
Não quanto a motas que possam ter paradas muito tempo... assumido que possa resultar do pistão ter colado!  :)
Mas... quanto ao frio:

Em que é que o frio altera essa "inércia" do motor?
Significa que em dias como hoje a cambota do meu motor precisa de mais força para girar do que em dias de verão?
Porquê?


Fevereiro 09, 2019, 12:09:44, 12:09
Responder #13

José Trigueiro

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Sim, Dfelix, estamos a falar da caixa. E como bem sabes, o que oferece resistência ao movimento é o motor, o qual está parado quando usamos o método do empurrão. A caixa de velocidade é só o "saco de pancada" que está no meio.

E, mais uma vez sim, são os solavancos que podem danificar uma caixa de velocidades, especialmente quando estamos a falar de um veículo já com mais idade (e uso) e usamos sistematicamente o empurrão como método de colocar o mesmo a trabalhar.

Um pormenor que acho importante falar-se para melhor se enquadrar este debate de ideias: para se colocar um carro ou mota a trabalhar de empurrão, especialmente quando este não atinge muita velocidade nesse "empurrão", é necessário largar-se a embraiagem repentinamente para o motor pegar. E aí temos um ou mais solavancos, especialmente quando esse veículo não pega logo de imediato.

Onde é que se pode danificar a caixa de velocidades? Começando nos rolamentos e acabando nos carretos.

Esqueces-te de fazer a pergunta fundamental: se já vi isso acontecer?

E a resposta é: sim, já vi acontecer, não numa mota, mas num carro que era muito leve e até possuía um motor pequeno, um Citroen Mehari. Achas incorreto fazer a extrapolação para uma mota? Se sim, por favor explica o porquê.

Nota: Esse Citroen Mehari ficava parado o ano todo, exceto no verão, em que o seu proprietário o usava para ir a uma zona balnear. Como o carro ficava tanto tempo parado, quando se chegava à altura de o colocar a trabalhar, a bateria já há muito que tinha dado a alma ao Criador. O seu proprietário, já sabendo disso, deixava-o sempre numa rampa e usava o método do empurrão para colocar o carro a trabalhar, não porque tivesse falta de €€€ para comprar uma bateria nova, mas sim por canguice pura e porque achava engraçado colocar o carro a trabalhar de empurrão. Dizia que era o carro de manutenção mais barata que tinha, pois nem precisava de substituir a bateria. Até que um dia...

É preciso eu falar mesmo da inércia do motor com tempo frio e quente? Sabes com certeza quais as diferenças práticas de se colocar uma mota de motor a carburador a trabalhar com tempo frio em relação a uma com motor de injeção eletrónica, certo? E sabes também que a inércia que conta, ou mais cientificamente correto dizendo, o trabalho que conta, não é o resultante de uma só revolução do motor, mas sim do conjunto de revoluções do motor que tiveram que ocorrer para colocar esse mesmo motor a trabalhar.


Contudo, se não concordas com o sentido do aqui dito (não nos prendamos com as miudezas de alguma terminologia cientifica que não foi por mim 100% corretamente aplicada , ok?), por favor explica porque é que o uso sistemático do método do empurrão não pode trazer prejuízo para uma caixa de velocidades.

Atenção que não faço questão de manter esta opinião só por casmurrice. Se apresentares motivos válidos e testados, o mais certo é adotá-los e defendê-los daqui em dia. Faço os possíveis por ser esta a postura na minha vida, pois acho que é a mais construtiva. :convivio:

Fevereiro 09, 2019, 22:51:47, 22:51
Responder #14

AntonioFerreira

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Vi um carro partir a correia de distribuição quando estava aos solavancos para pegar de empurrão, talvez a correia já estivesse muito gasta mas é verdade que partiu

Fevereiro 11, 2019, 01:22:40, 01:22
Responder #15

dfelix

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Onde é que se pode danificar a caixa de velocidades? Começando nos rolamentos e acabando nos carretos.

Os solavancos aplicam forças nos rolamentos em direcções diferentes daquelas que são as aplicadas no funcionamento normal?
Os solavancos aplicam forças nos carretos em direcções diferentes daquelas que são as aplicadas no funcionamento normal?
Os solavancos aplicam forças superiores aquelas produzidas pelo motor no seu funcionamento normal?

Achas incorreto fazer a extrapolação para uma mota? Se sim, por favor explica o porquê.

Infelizmente não tenho conhecimentos sobre mecânica automóvel que me permita identificar as diferenças.
Tenho ideia que a disposição e a forma de actuação dos sincronizadores é diferente.
Sei que numa moto não há o perigo de querer meter uma 3ª e sem querer meter novamente 1ª ou acabar numa 5ª como alguns carros que já conduzi.  :D
Mas não me parece que isso seja o que está em causa.

É preciso eu falar mesmo da inércia do motor com tempo frio e quente? Sabes com certeza quais as diferenças práticas de se colocar uma mota de motor a carburador a trabalhar com tempo frio em relação a uma com motor de injeção eletrónica, certo?

A necessidade de enriquecer a mistura quando o motor está frio não tem a ver com a temperatura a que o ar chega ao respectivo cilindro?
O que é que isto tem a ver com inércia do motor?

E sabes também que a inércia que conta, ou mais cientificamente correto dizendo, o trabalho que conta, não é o resultante de uma só revolução do motor, mas sim do conjunto de revoluções do motor que tiveram que ocorrer para colocar esse mesmo motor a trabalhar.

Cientificamente estou totalmente perdido... pois não consigo relacionar isto nem com um tipo de força que possa contrariar o funcionamento normal de uma caixa de forma mais violenta que o próprio funcionamento do motor. Nem com o facto de estar mais frio ou mais quente.

Contudo, se não concordas com o sentido do aqui dito (não nos prendamos com as miudezas de alguma terminologia cientifica que não foi por mim 100% corretamente aplicada , ok?), por favor explica porque é que o uso sistemático do método do empurrão não pode trazer prejuízo para uma caixa de velocidades.

Bem... se eu soubesse porquê, não estaria a colocar perguntas!  ;)
Precisamente por não saber é que estou a tentar entender os argumentos.

É que as caixas no seu funcionamento "normal" trabalham com forças absurdas.
Algo tão simples como ir a altas rotações, cortar punho e voltar a acelerar significa que todos os componentes estão a ser sujeitos a uma força perfeitamente mesurável pelo que sabemos que o motor produz... para de repente sofrer uma força idêntica em negativo proveniente do movimento das rodas... para retomar a força anterior.
Uns solavancos a baixa rotação ao lado disto é "pinners".
E estamos a considerar uma única velocidade engrenada.
Pois qualquer passagem de caixa, sobretudo em redução, é como se fosse um colossal solavanco que a mesma sofre.

Caixas partidas em qualquer que seja as condições é fenómeno que vejo como bastante raro...
As situações que tive conhecimento foram sempre por mau funcionamento de alguns componentes, nomeadamente dos sincronizadores.
Casos em que os mesmos saltam ou prendem levando a que fique sempre naquela mudança.
Ou casos em que "falsos ponto-mortos" misteriosamente aparecem em levam a monumenais "pregos" capazes de danificar uma engrenagem.


Vi um carro partir a correia de distribuição quando estava aos solavancos para pegar de empurrão, talvez a correia já estivesse muito gasta mas é verdade que partiu

A corrente de distribuição é provavelmente o componente que menos gosta dos solavancos.   :nice:

« Última modificação: Fevereiro 11, 2019, 01:23:43, 01:23 por dfelix »

Fevereiro 12, 2019, 17:57:26, 17:57
Responder #16

José Trigueiro

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Dfelix

Muitas questões por ti colocadas e uma comparação (a passagem de uma tereceira para uma primeira ou para uma quinta) que requerem tempo para responder ao pormenor.

O tempo falta-me. Vai ficar para mais tarde. :read.calm:

Fevereiro 12, 2019, 18:11:57, 18:11
Responder #17

2low

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Acho que ainda ninguém falou mas... se o rectificador de corrente entregar a alma ao criador, bem que podem tentar engatar, empurrar e acariciar a moto, que nada a fará andar a não ser o reboque...

 :lolol:
Grão a Grão, Comemos Feijão!
"Nada é para sempre, nem mesmo os problemas", Charlie Chaplin


Fevereiro 12, 2019, 18:44:44, 18:44
Responder #18

Lourenço

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Acho que ainda ninguém falou mas... se o rectificador de corrente entregar a alma ao criador, bem que podem tentar engatar, empurrar e acariciar a moto, que nada a fará andar a não ser o reboque...

 :lolol:

Idem se o expert que que está aos comandos se "esquecer" ligar a ignição...  ;)