REPRO

[PAULO VAZ]

Boa tarde
tenho uma Z1000 SX, e estou tentado a fazer um repro alguém tem opinião sobre prós e contras, nos carros vale a pena e nas motos alguem sabe.

[2low]

Nos carros, as próprias marcas acabam por ajustar a parte electronica não só para garantir melhor fiabilidade como também garantirem maiores níveis de segurança, porque uma coisa é fazer uma repro à centralina do carro sem fazer outras modificações e outra coisa completamente diferente é ter o carro bastante modificado em vários campos mecânicos e acrescentar então a alteração da centralina... no primeiro caso, pode existir falta de travões, problemas de suspensão entre outros....

Nas motos, aquilo que no geral se vê é alteração do sistema de injecção (power commander) e normalmente apenas aquando a substituição do sistema de escape de origem...
Já as repros normalmente fazem-se quando existe algum problema na parte electronica da moto...

A única repro (de alteração) que tomei conhecimento é apenas sobre a Triumph Tiger 900, que vem "capada" de fábrica nas rotações mais altas da 5ª e 6ª velocidade e obviamente que é sempre um risco fazer a repro e garantidamente que a garantia da fabrica se vai...
Mas certamente que haverá outras repros, embora no geral não seja algo que se justifique fazer... a não ser que se entre no campo de competição que nada tem a ver com a moto de uso diário...

Sobre a Z1000SX, experimentei em tempos uma, das primeiras, julgo que de 2011, que tinha sistema escape LeoVince + PowerCommander, com alguns pozinhos extra mas que na pratica para o meu tipo de condução tornava a Z1000SX pobrezinha nas rotações mais baixas e apenas ganhava outra alma lá em cima, quando poucas são as vezes e locais aptos para explorar essas rotações mais elevadas... Sobre esse modelo, não escondo que não apreciei o tipo de condução de pura naked que apenas tem uns plásticos a fingir de sport tourer... mas isso é a minha mera opinião pessoal.

Normalmente os engenheiros das marcas não são loucos e fazem um bom trabalho no ajustamento das caracteristicas do motor com o motociclo em si, fazendo que no geral, se sentirmos em falta algo é melhor vendermos a moto e comprarmos outra mais possante...
Mas cada um tem a sua liberdade de escolher o que fazer, se proceder nessa troca ou então fazer todas as modificações e no final a probabilidade de ficar aquém das expectativas e depois de ter gasto tanto dinheiro e ainda estar sujeito a inspecção B se for apanhado numa operação Stop...
 
[cultura do medo é uma característica de uma ditadura, que é precisamente onde vivemos...cada vez são menos as coisas que nos deixam fazer...]

[PAULO VAZ]

a Z1000 SX é de 2021 tem agora um ano, a repro será feita na marca e recomendada por eles, acho a posição de condução brutal, já não tenho idade para andar sempre com a barriga encostada ao deposito.
este modelo tem agora uma baixa muito boa, até em sexta podes ir dos 80 aos 200 sem baixares mudança e ela não bate motor, peca é na veloc. de ponta chegando muito rápido aos 250 e para dar mais que isso tem de entrar em red line e não gosto nada de paineis a piscar luzes vermelhas.
em manobras é boa, a curvar é muito segura, e sai bem de curva, a travagem é que podia ser melhor , mas depois de uns disco mais refrigerados, e subst. os tubos para de borracha para malha de aço ficou boa.
resumindo não é uma R, mas fica lá perto e consegue ter conforto quando assim o entenderes.

[carlos-kb]

Tens uma SX... sim senhor... muito bom gosto! 

Primeira pergunta que te faço... Queres fazer uma repro porquê?

Só vejo necessidade de fazer repros, em motos que estejam limitadas de origem, por algum motivo. Por exemplo, tive uma VFR1200F, que apesar de declarar 170cv, vinha, por segurança, com um limitador eletrónico de binário nas 3 primeiras velocidades e um limitador de velocidade máxima.
Constatava por isso, em grupos e fóruns do modelo, que muitos proprietários, mesmo "lá fora", faziam repros, metiam power commanders ou instalavam "bazzaz's", no intuito de contornar estas limitações.

Na Z1000SX, não vejo de todo que haja essa necessidade de fazer uma repro. A moto responde muito bem em qualquer regime e mudança, e sobe de rotação com uma linearidade e vigor incrível (especialmente no modo "F" e com o KTRC no nível 0 ou 1).

Eu sigo a velha máxima que não há nada que traga só vantagens... e uma repro não foge a esta regra, porque o que ganhas de um lado, vais certamente perder noutro. E para teres apenas a mota a dar mais uns pózinhos em top speed (que de certo, não é todos os dias e durante todo o tempo, que andes em velocidade de ponta), de certeza que vais perder nesta linearidade que este motor te oferece, que é uma grande mais valia, numa utilização mais polivalente que faças da moto... para além de que podes acabar a prejudicar outras questões como consumos ou fiabilidade.

Mas tu o saberás.

[dfelix]

... nos carros vale a pena e nas motos alguem sabe.

Afirmar que "nos carros vale a pena" é sempre relativo.
Porque é uma prática muito comum no diesel... onde os ganhos são mais proporcionais ao combustível injetado.

Nos motores otto a eficiência depende de mais variáveis, pelo que a reprogramação só faz sentido para refletir outras alterações.
Seja em carros ou motos.

Por outras alterações refiro-me a modificações físicas na admissão e escape.
Um diferente volume de ar aspirado pelo motor e diferente contrapressão no sistema de escape é que justificam um remapeamento.
Porque estas diferentes condições vão necessitar de diferentes dos parâmetros a serem obedecidos pelos injetores.

Sem modificações um remapeamento será pouco relevante.

Depois... há ainda a questão da ECU permitir a reescrita.
Poucas permitem, o que obriga a comprar um sistema de bypass estilo power commander.
Além de que após tudo isto, ganhos evidentes só serão obtidos após um árduo trabalho de tentativa/erro em banco de potência.

Conclusão...
É perfeitamente possível se obter ganhos, desde que investindo na preparação.
Se esse investimento justifica... é outro tema.

[PAULO VAZ]

assim dá mesmo que pensar, depois digo o que decidi

[PAULO VAZ]

Decisão
reprogramei a centralina, dei mais baixa  a 3 e a 4 mudança e deixei a 1 a 2 a 4 e 6 mais compridas, ganhei arranque , ponta e o mais importante poder de saída em curva, tenho já um consumo de mais 1 litro e uma ponta maior de 30 kms, hora sem querer esticar para o red line, que passou para as 11500 em vez da 10500 que tinha.
por enquanto estou satisfeito, resumindo passei dos 150 cv para 175cv mas tb levou um filtro de ar novo.

[dfelix]

reprogramei a centralina, dei mais baixa  a 3 e a 4 mudança e deixei a 1 a 2 a 4 e 6 mais compridas, ganhei arranque , ponta e o mais importante poder de saída em curva, ...

Partilha aí o dyno! 
Esses 25cv é muita fruta.