É verdade!
Neste caso não são Bichos porque ando sozinho, mas também gosto de andar em duas rodas no mato.
Nada de grandes velocidades até porque Motocross não é a minha praia, mas à boa maneira dos Bichos Raros, passeando e desfrutando da paisagem e do contacto com a Natureza.
Para o efeito, tenho um brinquedo, nada pretensioso que dá um gozo do catano, e sempre que regresso às Origens não dispenso a minha pequena aventura terapêutica.
Uma mochila pequena com uma garrafa de água e umas barritas energéticas. GPS, telemóvel (Que normalmente não apanha rede) e o depósito da mota bem cheio.
Não preciso de mais nada para ser feliz!
Deixo-me levar por onde os trilhos querem e encosto muitas vezes apenas para desfrutar da paisagem ou para contemplar lugares que o Homem há muito esqueceu.
Na Beira Interior é muito fácil encontrar vestígios e ruínas que contam histórias de gentes de outros tempos.
Dou por mim a sonhar como seria chegar ali na minha mota há 100 ou mais anos atrás, e no que pensariam aquelas pessoas ao ver tão estranha figura!
Sigo os trilhos sem ter de fazer escolhas ou sequer estar preocupado com o destino a que me vão levar, tenho a certeza que é uma questão de tempo até encontrar civilização e a autonomia do depósito de gasolina é mais que suficiente para regressar a casa porque ao ritmo a que me desloco não vou parar muito longe.
Por vez encosto só para ouvir os sons da floresta, sento-me numa pedra e fico a contemplar tudo ao meu redor em silêncio.
Já tive oportunidade de avistar javalis, raposas e até lobos.
Podem pensar que é perigoso, mas acreditem que não é, basta meter o motor a trabalhar e qualquer desses animais some em menos de nada.
O único perigo naquela floresta sou eu e o único risco que corro é uma queda que me faça necessitar de socorro. De resto é um prazer indescritível.
Como podem ver não é preciso muito para ser Feliz em duas rodas.
Basta ter a vontade e o espírito e quase qualquer mota serve para o efeito.
Andem de mota e sejam Felizes.