Do Nascer ao Por do Sol 1000Kms de Coiso em 24h
Tal como tinha anunciado, logo que a rodagem da Chang estivesse concluída iria colocá-la à prova.
Tenho a ambição de a levar até aos Picos da Europa ainda este Verão e para tal preciso de conhecer bem o seu comportamento e os seus limites.
Mais importante ainda é saber como vou eu lidar com tantos quilómetros e como vai reagir a minha tripulação.
Fiz algum planeamento que contava com alguns pontos estratégicos onde pernoitar ao longo do percurso definido para o caso da Esposa ou Eu virmos a acusar algum cansaço ou desconforto, para já ainda não arrisquei a levar o puto.
1000Kms mais uns pozinhos
O percurso até à fronteira só teve direito a uma paragem para um café e uma empada, de resto foi sempre a andar. a 90/100kmh não podia dar-me ao luxo de parar muitas vezes ou corria o risco da viagem se tornar interminável. Pelo menos era o que eu pensava na altura.
Para minha surpresa, o andamento constante acabou por dar frutos. Embora estivesse a circular por estradas secundárias, o piso era excelente e não havia grande transito.
Por outro lado, as ultrapassagens aos veículos mais lentos também não eram problema, a Chang sai muito bem dos 100kmh até aos 120 permitindo realizar ultrapassagens rápidas e seguras nesta gama de velocidades. A meio da manhã já estava quase a entrar em Cáceres e a barriguita já pedia algum conforto.
A viagem corria a bom ritmo, o tempo estáva ótimo, as visitas eram breves mas reconfortantes.
Fim de semana da Páscoa e estava tudo a abarrotar de gente. Uma ou duas fotos, paragem nos miradouros e siga que ainda há muito para andar.
Tomada a direção de Placencia era altura de desfrutar das belas paisagens do Tejo Internacional e seus imensos Embalses.
Seguia-se o ponto alto da viagem. Por esta altura já a Chang tinha demonstrado que era capaz de vencer qualquer estrada ou caminho sem dificuldades, comporta-se nas estradas de serra com grande desenvoltura, a excelente relação de caixa que dá primazia à força, faz com que a Chang ofereça uma condução que mais se assemelha a um DCT. Ela consegue ir dos 50kmh aos 120 sem nunca ter de usar as mudanças, seja a subir ou em reta, a quarta dá para tudo! e chega aos 120 mesmo a subir
Fomos fazer uma visita a umas figuras de pedra a lembrar os Calcos de Pompeia que oferecem imagens extraordinárias. Mais uma paragem no meio da Serra de Torno que ficou para sempre gravada na minha memória, não fosse este o Miradouro da Memória! (Vejam lá se descobrem onde está o Wally)
Quero aproveitar para deixar aqui uma foto especial que recolhi propositadamente para oferecer a um amigo que faz aquários e não percebe a vantagem de ter um Sidecar... Talvez algum dos companheiros lhe consiga explicar com esta foto!
Ainda com tempo para atravessar a Serra da Gata, lá fomos nós por entre estradas Municipais ao encontro de paisagens que não se podem ver de outra forma, com direito a paragem para um repasto tipicamente Catalão (Bocadillos e uma Estrella Galicia para mim que vou conduzir
em Homenagem ao nosso Miguel)
A viagem já ia longa e o Sol já se escondia, tinha-mos ainda de fazer 200kms até Figueira de Castelo Rodrigo onde iríamos pernoitar.
Já chegamos por volta das 23h mas a receção foi calorosa À boa maneira Portuguesa.
A Chang dormiu na rua mas como dizem as más línguas "É Chinesa ninguém a quer!!"
De volta à estrada porque a viagem ainda vai a meio seguimos a direção de Almeida para de seguida abraçar o Parque Natural da Serra da Malcata.
Depois de almoçar no Terreiro das Bruxas seguimos para Monsanto e Penha Garcia e no caminho mais uma foto de homenagem a um Amigo que de certo a vai identificar...
Depois de uma subida ao pequeno Castelo de Penamacor fizemos uma breve passagem Por Penha Garcia porque estava impossível chegar a Monsanto tal era a afluência de visitantes à pequena Aldeia. O resto da viagem é algo sem estória, de Castelo Branco até casa via A23 e depois A1 sempre na ordem dos 110kmh para não abusar das RPM, definitivamente não é o trajeto adequado à Chang, ainda assim se for preciso e houver paciência a Chang não se nega.
Mais uma vez e desafiando as palavras do nosso amigo @Luís Ferreira, eu confio demasiado nas Chinesas, mas como se comprova mais uma vez não é à toa que o faço, afinal estas Chinocas vão a todo lado e não comprometem. Também não prometem nada para além do que está à vista, de qualquer das formas a Chang revela-se um veiculo económico, confortável e com um andamento razoável para a sua tipologia.
Colocando de lado a razão, basta ver o que dizem os nossos olhos ao fim desta pequena viagem... Habemos mota para passear com o puto!
Este ano já sem limitações vou desfrutar tanto quanto o tempo me permitir da minha família e da minha paixão, andar de mota... calma, eu sei que isto não é uma mota mas dá um gozo do catano.
