Autor Tópico: Com a gasolina e o gasóleo a serem "banidos" em breve...o que esperar?  (Lida 4280 vezes)

Agosto 06, 2017, 00:35:32, 00:35
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Sapiens21

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Com a gasolina e o gasóleo a serem "banidos" em breve...o que esperar?



Imagem obtida em: http://motorcycle-usa.com



É óbvio o que esperar!
E na verdade, já poucos se atrevem a dizer que isso será somente daqui a um futuro muito distante.


Compreendo e aceita-se perfeitamente que a palavra "banido" também terá muito que se lhe diga, mas o que é certo é que as mudanças vão ocorrer e em alguns países europeus até já colocaram um deadline aos motores movidos a gasolina ou gasóleo.


No sector automóvel já estão regularmente a aparecer propostas híbridas com specs bastante aceitáveis, nomeadamente na relação desempenho/consumo e também algumas elétricas, ainda que neste tocante mais timidamente....por enquanto.


Mas aquilo de que se fala nos dias que correm é de mudanças! Fortes mudanças na mobilidade e naquilo que as baterias elétricas farão em diversos sectores.


E os motociclos não serão excepção. Não haja a mais pequena dúvida disso, restando tentar adivinhar quantos mais anos se manterão os motores de combustão no "activo" VS as propostas com motor eléctrico. E já as existem é certo, mas muito poucas até ao momento e algumas delas com preços que afastam a maioria dos potenciais interessados.


Como mera curiosidade em todo este tema, basta lembrar uma notícia do jornal "Guardian”, que revela que o Reino Unido vai seguir um plano em tudo semelhante à política francesa de Emmanuel Macron e que passa por banir, até 2040, todos os veículos movidos a Diesel e a gasolina.
E aqui a questão é que este "banir" inclui inclusivamente os híbridos, o que significa que apenas veículos elétricos e alternativas como o hidrogénio ou a pilha de combustível poderão ser aceites...


Não sei se os meus caros companheiros já se deteram a pensar nisso, pois há que perceber que as mudanças estão próximas...e se o sector automóvel está já em franco avanço nessa área, os fabricantes de motociclos vão seguir a mesma tendência.
Se alguns dizem 2040, então é contar com o facto de que uns bons anos antes já o mercado terá de estar bem preenchido de propostas.
"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas para satisfazê-los.
Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro."

Dalai Lama

Agosto 06, 2017, 01:50:25, 01:50
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jmartins13

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Eu já me dei conta disso e posso dizer que ao contrário da opinião geral, o futuro com veículos eléctricos vai ser um tremendo erro ambiental, e existem alternativas viáveis e mais ecológicas, que não vingam, essencialmente porque de tão ecológicas que são, não alimentam lobbys, logo, não têem futuro. Passo a explicar:

Se pararmos para pensar além das emissões directas de cada veículo em gramas de co2, veremos que os elécticos, por detrás da cortina, podem esconder um futuro tenebroso. porquê?

1. Sem pensar tecnicamente e na prática,  a confusão que implica ter uma rede de abastecimento a veículos eléctricos numa cidade, onde geralmente escasseiam garagens e até lugares de estacionamento em muitos bairros citadinos, deparamo-nos com uma consequência que é a da origem da energia eléctrica. De onde vem, as emissões que resultam da sua produção, etc.... vem toda das eólicas...não! Vem todas do carvão? Das barragens? É que produzir energia, também gera CO2 e isso até vem explícito na factura da electricidade....

Passamos a outra etapa: abastecer ziliões de veículos em cargas diárias em todo um planeta, meus amigos, não se enganem, não há eólicas, nem carvão nem barragens, nem chineses a pedalar, que consigam alimentar essa demanda. Há sim uma solução viável, chama-se Energia nuclear! Sim, uma central nuclear em cada "esquina", e isso já faz torcer o nariz.

2. Disposição ambiental das baterias em fim de vida.
Dizem que as baterias terão uma vida de 8 a 10 anos...bem, apontem isso para 5 ou 6, porque já se sabe como são as coisas e multipliquem  uma média de 400-500kgs vezes os ziliões de veículos existentes no planeta e em 30 anos, das duas uma: ou não se consegue respirar o ar devido a incenerações, ou, ou não se cultivam os solos pelos aterros acídos e contaminação dos solos e lençóis friáticos.

3. Mundo completamente controlado pelas eléctricas: Perigoso, é uma dependência centralizada perigosa, muito perigosa. Se já temos assistido só em Portugal ao que se tem assistido em aumento de preços, não quero nem imaginar.

Já há muitos anos que há uma solução bastante viável e ecológica, que é o ar comprimido, e desde o curioso indiano, ao americano ao engenheiro australiano ou até à empresa de taxis francesa, todos facilmente transformam um motor de combustão, num motor a ar comprimido. Isso sim é ecológico, porque entra ar, e sai ar. Não polui, possibilitaria o aproveitar de  veículos já produzidos, transformando-os para esse género de funcionamento, sem necessidade de produzir novos. Na realidade, é simples, pois um motor de combustão funciona por uma explosão no cilindro, mas se ao invés disso, for injectado ar a "x" pressão no cilindro por "x" tempo, o motor funciona à mesma, e com emissões ZERO. Zero é também o número de lobbys que esta tecnologia alimentaria, logo é posta de parte, infelizmente.

Também já tenho visto algumas tentativas de motores magnéticos (movidos com a força resultante de ímans) o que é genial e zero de emissões também....mais uma vez...alimentaria ZERO lobbys. E é ao que estamos entregues mais uma vez, seja com gasolina, ou electricos, : a uma Corja de xupistas! Claro, toda a gente com um veículo eléctrico, vai achar que tem um veículo muito ecológico...será mesmo? Nao me parece.


Se os eléctricos vão para a frente?...o caminho parece ser esse.
Mas pelo meio existirá uma fase em que a gasolina, tendo menos procura, terá um custo irrisório e a electricidade irá disparar....vamos ver no que isso dá..


Ps: Isto para não falar que 14.8% dos gases emitidos que causam o chamado efeito de estufa, têem origem na Agropecuária ligada directamente à industria da carne.
« Última modificação: Agosto 06, 2017, 02:59:11, 02:59 por jmartins13 »

Agosto 06, 2017, 15:20:17, 15:20
Responder #2

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As metas de longo prazo são meras declarações de desejo, veremos quando alguma coisa destas verá a luz do dia, provavelmente não será no nosso tempo.
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Agosto 06, 2017, 20:23:34, 20:23
Responder #3

Black

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Eu acredito que o H vai ganhar esta corrida.
O problema vai ser as estradas que deixarão de estar secas! ;)

Agosto 07, 2017, 18:19:45, 18:19
Responder #4

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Nem sempre os inocentes desejos ecologistas têm o melhor resultado, por vezes ignoram-se os efeitos colaterais
Lembram-se da discussão do combustível "verde"?

"Em seu relatório semestral divulgado esta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) expressou sua preocupação com as consequências da maior utilização de cereais para a produção de combustíveis "verdes" sobre os preços dos produtos alimentícios, sobretudo nos países pobres.
 
A utilização de produtos alimentícios como fonte de energia pode ter consequências graves sobre a demanda de alimentos se o crescimento da utilização de combustíveis verdes continuar", advertiu o FMI".


in http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL152284-9356,00-BIOCOMBUSTIVEIS+PODEM+AGRAVAR+PROBLEMA+DA+FOME+ALERTA+FMI.html

O desvio de produtos agrícolas para combustível a oferecer a passei mais ricos leva a um agravamento da concorrência desleal com as necessidades de comida de países mais pobres.
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Agosto 07, 2017, 18:21:42, 18:21
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TMXR

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ah pois... O preco do óleo de fritar subiu astronomicamente desde que comecaram a usar para sustituir o gasoleo  :D :D



E o do acucar e do milho, provavelmente tambem tera subido  :nice:
Yamaha Tmax 500/530 * BMW C Evo/R1200GS/1250 GS/1200 GSA/1200 RT * KTM 1290 SAS *  Trimph Tiger 800 XRT / Street Triple RS * Ducati Multistrada 950S/1200S/1260S/Enduro *  Kawazaki Z900  * MV Agusta Turismo Veloce Lusso * Honda Crf300l

Agosto 07, 2017, 20:13:10, 20:13
Responder #6

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Eu acredito que o H vai ganhar esta corrida.
O problema vai ser as estradas que deixarão de estar secas! ;)


O Hidrogénio é de facto uma tecnologia muito interessante e recentemente li uma notícia numa publicação estrangeira quanto à sua possível viabilidade em termos de autonomia no mais recente desenvolvimento do Honda Clarity.
Até em termos de produção propriamente dita, a coisa pode dar passos mais seguros por forma a encará-lo (hidrogénio), como válido para uma mobilidade bem mais "verde" que os combustíveis fósseis. É aliás como da noite para o dia, nesse tocante...

A própria Universidade de Aveiro encontra-se a encetar um projecto da U.E. no que toca ao hidrogénio e que foi noticiado há poucas semanas atrás:  http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/ua-quer-resolver-problema-da-intermitencia-da-producao-energetica-188768

Presentemente não há muitas propostas de veículos com hidrogénio....e ao nível dos automóveis apenas existem, pelo menos que eu saiba, o Hyundai ix35 FCEV, o Honda Clarity e o Toyota Mirai com este tipo de tecnologia.

Veremos o futuro...
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Agosto 08, 2017, 13:04:02, 13:04
Responder #7

dfelix

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A utilização do hidrogénio enquanto combustível foi bastante promissora... 
Até surgir limitações bastantes complicadas de resolver que levaram muitos construtores a abandonar e apostar antes nos eléctricos.

Muito resumidamente:

Durabilidade dos materiais.
A dimensão e reactividade da molécula de hidrogénio faz com que a combustão do hidrogénio seja extremamente exigente.
Isto resulta numa curta durabilidade e enorme fadiga dos materiais. E por esta razão rapidamente se abandonou a abordagem de o utilizar como combustível.
O hidrogénio mantém-se na corrida não como combustível, mas como fonte de energia química para gerar energia eléctrica. (fuel cell)

Armazenamento.
O hidrogénio é só a molécula mais pequena existente na natureza. O que significa que facilmente se escapa por entre as moléculas de outros materiais.
É como querer guardar bolas de golfe usando uma baliza de futebol.
Tem se evoluído materiais de forma fechar cada vez mais "rede" mas ainda se está longe de conseguir armazenamento por tempo considerável.
 
Produção.
A produção do hidrogénio é talvez o menor dos problemas pois apenas requer energia eléctrica.
Só que requer mais energia eléctrica do que aquela que irá produzir. Isto sem considerar que muito do hidrogénio produzido se perde.
E independentemente desta energia eléctrica ter origem em renováveis, nuclear ou fósseis haverá sempre desperdício num processo intermediário de produção de hidrogénio... quando poderia perfeitamente ser usada directamente em veículos eléctricos.

 

Agosto 08, 2017, 17:37:51, 17:37
Responder #8

hcabrita

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1. Sem pensar tecnicamente e na prática,  a confusão que implica ter uma rede de abastecimento a veículos eléctricos numa cidade, onde geralmente escasseiam garagens e até lugares de estacionamento em muitos bairros citadinos, deparamo-nos com uma consequência que é a da origem da energia eléctrica. De onde vem, as emissões que resultam da sua produção, etc.... vem toda das eólicas...não! Vem todas do carvão? Das barragens? É que produzir energia, também gera CO2 e isso até vem explícito na factura da electricidade....

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2. Disposição ambiental das baterias em fim de vida.
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Já há muitos anos que há uma solução bastante viável e ecológica, que é o ar comprimido, e desde o curioso indiano, ao americano ao engenheiro australiano ou até à empresa de taxis francesa, todos facilmente transformam um motor de combustão, num motor a ar comprimido. Isso sim é ecológico, porque entra ar, e sai ar. Não polui, possibilitaria o aproveitar de  veículos já produzidos, transformando-os para esse género de funcionamento, sem necessidade de produzir novos. Na realidade, é simples, pois um motor de combustão funciona por uma explosão no cilindro, mas se ao invés disso, for injectado ar a "x" pressão no cilindro por "x" tempo, o motor funciona à mesma, e com emissões ZERO. Zero é também o número de lobbys que esta tecnologia alimentaria, logo é posta de parte, infelizmente.

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Uns apontamentos:

Belo texto, mas

- A produção de energia eléctrica pode ser descentralizada, se todos produzirmos e o acesso à rede de distribuição fôr liberalizado.
- Comprimir o ar também gasta energia.
- Realmente a tecnologia de baterias tem de melhorar bastante para a realidade 100% eléctrica acontecer.

Agosto 08, 2017, 22:47:15, 22:47
Responder #9

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Sim, há vários aspectos a melhorar para a mobilidade eléctrica marcar a sua posição como viável e "perfeita" substituta (isso existe?) dos combustíveis fósseis.

Autonomia superior tem de se verificar futuramente, tempos de carregamento substancialmente mais curtos, segurança em caso de colisão assegurada, peso das baterias é bastante elevado, duração das mesmas terá de ser superior (ainda que os resultados tenham vindo a ser cada vez mais satisfatórios)...

Mas o bom disto tudo é que os aspectos positivos dos veículos eléctricos também existem e a melhoria do menos bom pode torná-los ainda mais vantajosos.

O custo de aquisição é que me parece não vir a baixar muito por aí além. Talvez com o aparecimento de mais propostas, talvez... :pensador:
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Agosto 08, 2017, 23:38:15, 23:38
Responder #10

lmferreira

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Com tanta gente a investir em auto segurança com escapes mais barulhentos, para serem ouvidos no meio do intenso transito, como irá ser com uma moto eléctrica que apenas se ouve o zumbido do vento...
Já tive a experiência de ter carros eléctricos quase a pisarem-me os pés e eu nem dei conta deles.

Agosto 08, 2017, 23:44:31, 23:44
Responder #11

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Belíssima questão Luís.

A Audi tem investido nesse campo, pois pretendem evitar esses problemas e manter o agrado na relação entre o acelerar e ouvir um som entusiasmante que lhe seja correspondente.

Ainda estará para vir o ponto de viragem, mas as marcas olham para a simulação sonora como uma alternativa.

Actualmente a passagem de um Leaf ou Prius eléctrico a baixa velocidade, pode tornar-se um problema...pois nem dos pneus os sinais são relevantes para a audição.

Antevejo que virá o dia em que o debate nesse campo vai dar lugar a grandes mudanças...
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Agosto 10, 2017, 00:31:40, 00:31
Responder #12

Moto2cool

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Ao ritmo da evolução tecnológica não me atreveria a dizer qual a será a solução tecnológica em 2030 ou 2040, mas acredito que se houver vontade será possível abandonar os combustíveis fosseis :)

O som não é um problema, nada mais fácil que ter um HiFi a debitar o ronco do Akra em Stereo ;)
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Junho 05, 2018, 18:21:03, 18:21
Responder #13

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Será que ainda existe esperança para a aposta dos veículos movidos a hidrogénio?

Pelo menos é aquilo que dá a entender este artigo que deixo abaixo e que levanta problemas para suprir a procura de material para as baterias dos v.e. e até mesmo relativamente ao grande aumento de produção de energia necessário para uma mudança massiva, trocando os motores de combustão...

Assim, a possibilidade de uma aposta bem menos tímida do hidrogénio é vista como uma solução a ter em conta.

Veremos... :-\

http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/hidrogenio-e-se-o-parente-pobre-das-renovaveis-for-o-combustivel-do-futuro-316707
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Junho 06, 2018, 10:22:47, 10:22
Responder #14

dfelix

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O artigo parece que foi escrito nos anos 90 por um aluno de físico-química do secundário.

Fala-se do hidrogénio como se fosse algo fácil de armazenar.
Ou cuja produção por electrólise não envolvesse maior necessidade de energia do que esta posteriormente irá produzir.


Junho 06, 2018, 12:04:27, 12:04
Responder #15

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O artigo parece que foi escrito nos anos 90 por um aluno de físico-química do secundário.

Fala-se do hidrogénio como se fosse algo fácil de armazenar.
Ou cuja produção por electrólise não envolvesse maior necessidade de energia do que esta posteriormente irá produzir.

Pois, esse é o grande problema do Big H. Apesar de ser o elemento mais abundante do Universo (conhecido), praticamente não existe no estado puro na Terra e terá que ser produzido através de processos que são (muito) dispendiosos energicamente e só seriam viáveis se existisse um superavit de energia barata e não poluente. Actualmente esta não existe, e a produção em massa de H obrigaria actualmente a uma disseminação da energia nuclear que é em si uma caixa de pandora.

Fusão Nuclear será uma opção, mas têm vindo a adiar sistematicamente o inicio dos testes dos protótipos dos reactores pelo que  não estarão a funcionar realisticamente antes do final desta metade do século, e mesmo nesse caso será provavelmente mais eficaz usar essa energia para carregar baterias...
João Mestre / twin-pt
Espirito Scootard, uma maneira de estar e viver as duas rodas.
X-ADV 750 (RC95):
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Junho 06, 2018, 12:46:08, 12:46
Responder #16

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Ainda assim, a tecnologia no que toca ao armazenamento e produção evoluem, não se sentindo os mesmos problemas ou barreiras da mesma forma, nos dias de hoje.

Um artigo todo ele dedicado ao hidrogénio e à sua viabilidade futura, mesmo admitindo-se a entrada em força dos V.E., pode ser visto aqui, no site da Institution Mechanical Engineers.  LINK


Deixo também um excerto:

"
The supply side is changing too, as a result of growing demand for renewable energy, in the wake of technological advances that have made wind and solar much cheaper, and in response to stricter emissions requirements. And here hydrogen can play an important role. Excess renewable energy, such as wind power generated at night when there is little demand for it, can be used to produce hydrogen.

“The beauty of hydrogen is that it can be made using excess energy capacity driven by renewables and then used in a vast range of business applications,” says Jeff Connolly, chief executive of Siemens in Australia and New Zealand.

According to McKinsey, this provision of “a means of long-term energy storage means hydrogen can enable a large-scale integration of renewable electricity into the energy system. It allows for the distribution of energy across regions and seasons and can serve as a buffer to increase energy-system resilience”.

And, when operating on an industrial scale, power-to-gas renewable-energy storage using rapid-response electrolysis to produce hydrogen is “by far the lowest cost, and you can store the energy in the gas grid for years,” says Cooley."
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Agosto 18, 2019, 08:13:31, 08:13
Responder #17

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O assunto voltou recentemente a ser falado, com duas cidades da Alemanha a caminho de uma decisão para banir veículos a diesel .

Como têm (na Alemanha) a necessária "autonomia" para assim decidir, vão juntar-se a outras cidades europeias que seguiram o mesmo caminho.

Neste caso a decisão vai afectar todos os anteriores a 2009.
Se antes já tinham implementado medidas restritivas à circulação, agora foi de vez...levando a que as pessoas troquem os seus veículos por outros capazes de cumprir as mais apertadas normas de emissões.


https://observador.pt/2019/08/17/alemanha-mais-cidades-sem-diesel-antigos/

Querem apostar que uma parte desses veículos com norma anterior à Euro5 vem parar ao mercado de usados em Portugal?  :-\
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Agosto 18, 2019, 21:09:54, 21:09
Responder #18

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O assunto voltou recentemente a ser falado, com duas cidades da Alemanha a caminho de uma decisão para banir veículos a diesel .

Como têm (na Alemanha) a necessária "autonomia" para assim decidir, vão juntar-se a outras cidades europeias que seguiram o mesmo caminho.

Neste caso a decisão vai afectar todos os anteriores a 2009.
Se antes já tinham implementado medidas restritivas à circulação, agora foi de vez...levando a que as pessoas troquem os seus veículos por outros capazes de cumprir as mais apertadas normas de emissões.


https://observador.pt/2019/08/17/alemanha-mais-cidades-sem-diesel-antigos/

Querem apostar que uma parte desses veículos com norma anterior à Euro5 vem parar ao mercado de usados em Portugal?  :-\

A máfia já tratou do assunto... Se não é coincidência... https://automais.autosport.pt/destaque-homepage/carros-importados-vao-pagar-menos-iuc-em-2020/

Olhando para o mercado de usados, nomeadamente verificar veiculos presentes nos maiores stands, mesmo os veiculos importados já começam a ser com data de fabrico bem superior a 2009... o normal agora é 2014 a 2017.

Mesmo que o IUC dos importados seja inferior a partir de Janeiro de 2020, o custo de "legalização" para circular em Portugal pode tornar inviável a importação desses veículos anteriores a 2009 a não ser que:
- sejam veículos desportivos que perdem pouco valor comercial
- sejam veículos já pré-clássicos
- ou então se forem importados o mais certo é que seja para serem desmantelados para peças...  :pensador: :pensador: :pensador:
Grão a Grão, Comemos Feijão!
"Nada é para sempre, nem mesmo os problemas", Charlie Chaplin


Agosto 18, 2019, 23:50:25, 23:50
Responder #19

Sapiens21

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O extraordinário da questão, no que concerne a esse link que publicas, é a repetida infração de regras europeias por parte do Estado Português...e mesmo depois de "brandidos" dois procedimentos por infração, em diferentes anos, acaba por ficar tudo arquivado.  Incrível... :pensador:

O Estado, ao longo de anos, fez uma "interpretação" fiscal para encher os bolsos e agora, depois de novo aviso Europeu, lá se decidiu a reinterpretar o assunto..baixando o valor que antes foi saqueado a milhares de pessoas que pagaram IUC várias vezes a mais.
"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas para satisfazê-los.
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Agosto 19, 2019, 13:53:26, 13:53
Responder #20

António Teles

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Ou não entendo nada, ou para aceitarmos o lixo da Europa será este lixo menos taxado?!?
Pois se outros países não querem carros poluentes ao fazerem o favor de obrigarem o meu país a cobrar menos imposto estão a facilitarme a ser o depositário.
Pois muitos e eu próprio se calhar vamos aproveitar as pechinchas que por cá vão aparecer.

 :cost:
A ver se paro quieto?! 🏍

Agosto 19, 2019, 16:43:16, 16:43
Responder #21

Sapiens21

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É algo que já acontece há bastante tempo...

Portugal é um dos países que vai "livrando" a Alemanha daquilo que usaram e já não lhes apetece usar mais.

A rotatividade com que trocam de veículo novo (de um modo geral), não tem nada que ver com o que temos por cá. Nada mesmo...
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Novembro 30, 2020, 16:51:39, 16:51
Responder #22

Sapiens21

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No Reino Unido as coisas estão a apertar de tal forma, que dentro de 9 anos a mudança vai passar a efectiva!!

Aqui há uns anos falavam em 2040, o que rapidmente passaram para 2035 no Reino Unido como sendo o deadline.

Pois agora passaram para 2030...
Estamos a apenas 9 anos!

https://www.cnn.com/2020/11/18/business/diesel-petrol-ban-uk/index.html

Os híbridos ainda terão um prolongamento para lá dessa data nas vendas de veículos novos, mas depois...acabou.  :oops:

Deixo aqui um artigo da CNN sobre esta mudança.
E se já se começa a verificar nas vendas, é garantido que ainda se vai notar muito mais...
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Janeiro 03, 2021, 10:38:25, 10:38
Responder #23

Aeminium

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Uma das consequências sera a desertificação dos subúrbios das grandes cidades para nao falar na província

Janeiro 03, 2021, 11:23:47, 11:23
Responder #24

2low

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Gasolina e Gasóleo não vão ser banidos.

O que vai acontecer é redução drástica dos locais de abastecimento ou apenas na quantidade de bombas disponíveis em cada posto e proibição de veículos de combustão circularem em determinadas zonas urbanas.

MAS há já e só alguns determinados países do norte da Europa que estão a criar legislação que proíbe a comercialização de veículos a combustão excepto veículos que se destinam a determinados serviços públicos que não tenham opção mais ecológica...

Grão a Grão, Comemos Feijão!
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Janeiro 03, 2021, 17:29:48, 17:29
Responder #25

EML

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Li que na Formula 1 vão utilizar combustíveis sintéticos feitos a partir de desperdícios vegetais que não podiam ser para consumo. Se calhar o caminho vai ser por aí e pelo hidrogénio. Não se consegue substituir todos os veículos por elétricos e as redes de energia também não aguentam. Não estou a ver a África cheia de postos de abastecimento para carros elétricos nas próximas décadas!
Não vale a pena stressar! :curtocircuito:
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Janeiro 03, 2021, 22:40:55, 22:40
Responder #26

MaisUm

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Li que na Formula 1 vão utilizar combustíveis sintéticos feitos a partir de desperdícios vegetais que não podiam ser para consumo. Se calhar o caminho vai ser por aí e pelo hidrogénio. Não se consegue substituir todos os veículos por elétricos e as redes de energia também não aguentam. Não estou a ver a África cheia de postos de abastecimento para carros elétricos nas próximas décadas!
Não vale a pena stressar! :curtocircuito:
[/quoteF
Isso faz lembrar a trilogia do filme "Regresso ao futuro" em que umas cascas de banana, umas folhas de couve e cascas de batata punham o DeLorean a funcionar....
o Hidrogénio e a energia electromagnética seriam as melhores opções a trabalhar, mas isso parece não interessar...

Em África, se houvesse água e produção de alimentos em larga escala já seria muito bom, mas estamos empenhados em ver se Marte  tem alguma coisita que se roa.....
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Abril 16, 2021, 08:40:01, 08:40
Responder #27

Nuno YB

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Certas pessoas são como aquelas molas mágicas: não servem para quase nada, mas é sempre engraçado atirá-las pelas escadas abaixo...

Abril 16, 2021, 10:11:05, 10:11
Responder #28

nfkart

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ainda muito água vai correr......

O mundo muda rápido!

Antes de 2040 nao acredito que existam alterações significativas.

A não ser que se consiga carregar uma bateria em 2 minutos....

Abril 16, 2021, 10:47:38, 10:47
Responder #29

dfelix

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Não estou a ver a África cheia de postos de abastecimento para carros elétricos nas próximas décadas!

As emissões são uma preocupação fiscal de primeiro mundo.

E refiro fiscal porque o objectivo é mesmo directa ou indirectamente se obter receita.
Seja pela taxação do que emite. Seja pela venda de produtos supostamente mais ecológicos que permitem o mercado continuar a funcionar.

Se o carbono fosse realmente o problema há muito que já se teria apostado em medidas de o reter e armazenar.
A natureza faz isso de borla. Só que deitar abaixo para colocar betão é algo que movimenta maiores interesses.


Abril 16, 2021, 12:08:08, 12:08
Responder #30

JoãoPVCarvalho

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https://www.rtp.pt/programa/tv/p39590

É isso mesmo Nuno...

Infelizmente a impressa vomita opiniões infundadas e sem qualquer sustentação mesmo sabendo do impacto que isso tem numa população maioritariamente mal informada, criando assim novas pseudo verdades capazes de capitalizar opiniões e tendências... é o que temos, muito Big Brother e Facebook!

Relativamente ao futuro dos combustiveis, já o escrevi noutro tópico mas, aqui é de facto o tópico mais apropriado para debater o tema.

Até há uns dias atrás esta informação era "TOP SECRET" vá-se lá saber exactamente o porquê mas, neste momento já posso falar abertamente sobre esta novidade.

Começo por alertar que fazer futurologia é sempre um risco, e, particularmente quando se fala de novas tecnologias, por isso tenham em conta que a qualquer momento alguém pode gritar Heureca e mudar totalmente o rumo das coisas.

É sabido que em todo o Mundo prosseguem estudos e investigação sobre combustíveis, mobilidade, sustentabilidade, ecologia, etc, relacionados com o modo como o Ser Humano se desloca mas, a questão dos combustíveis vai muito além dos meios de locomoção e o principal foco da investigação nem sequer é esse.
Assim posso garantir que a nível industrial os e-fuel já estão em uso há algum tempo, nomeadamente na Alemanha, Itália e França e ainda este ano será a vez de Portugal.

Quanto a mobilidade que é o que nos interessa aqui neste fórum, posso assegurar que os Diesel estão efectivamente condenados a muito breve trecho, por isso quem os tiver que pense em por a andar porque em breve só valem o valor do abate e até o gasóleo vai atingir preços proibitivos.
Quem tem máquinas a gasolina pode ficar tranquilo porque vai continuar a ter combustível por muitas mais décadas e curiosamente os motores a carburador serão os menos afectados, uns tiques e uns toques na afinação dos giglers, e as maquinas vão continuar a roncar. Já os motores a injecção poderão necessitar de umas reprogramações ligeiras na centralina e dificilmente será mais que isso.

E agora perguntam vocês como raio é isso possível?
Ora bem, os e-fuel não são um produto acabado tal com é a gasolina. Estes combustíveis resultam da mistura de gases, nomeadamente, H2, Co2, Ch4 e mais umas merd@s para lhe conferir características lubrificantes, espessantes, catalíticas e etc. Ou seja, fake gasoline. Quer isto dizer que o comum dos mortais nem vai dar pela diferença, tal como já vai sucedendo com o bio-diesel. (cujo futuro é incerto, por isso cuidado com a história do fim do diesel).

Os e-fuel estão em permanente evolução em função de vários factores, sendo os mais importantes o volume de recursos naturais baratos Metano (Ch4), e a inovação tecnológica na captação e armazenamento do Dióxido de Carbono (Co2)e do Hidrogénio (H2). Neste momento as fabricas de captação de Co2 são já uma realidade em funcionamento pelo Mundo fora e a Europa é até um bom exemplo disso, e o H2 que aqui refiro é nem mais nem menos um sub-produto deste processo, logo, representa uma forma de produção de Hidrogénio a muito baixo custo mas, que por enquanto ainda em quantidade reduzidas. Mas este processo está em evolução e em teoria espera-se uma produção cada vez mais significativa deste gás por este método.
Esta técnica deu também resposta a um outro problema associado ao Hidrogénio. Até recentemente o Hidrogénio tinha de ser armazenado em reservatórios sobre pressão para poder ser utilizado mas, combinado neste mistura esse problema não se coloca e o resultado final é um combustível liquido de eficiência equivalente à gasolina pronto a ser utilizado nas plataformas de distribuição e consumo já existentes em todo o Mundo. Portanto, para além das vantagens ecológicas que este produto apresenta, temos ainda as vantagens económicas e logísticas. Assim, penso eu que seja seguro afirmar que, os VE vão novamente sofrer de um desinteresse económico generalizado. A provar esta teoria estão os investimentos megalómanos de empresas como a Bosh ou o Grupo VW.

Mas relembro, daqui a 5m, um novo Einstein qualquer, pode tropeçar numa pedra e ter uma ideia brilhante que altera completamente este cenário!
Um planeamento cuidado é meio caminho andado.✌
by JDilemas

Abril 16, 2021, 12:43:08, 12:43
Responder #31

dfelix

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A provar esta teoria estão os investimentos megalómanos de empresas como a Bosh ou o Grupo VW.

Não deixa de ser curioso que sejam os alemães a liderar os avanços nos combustíveis sintéticos.
Afinal, já tiveram que os produzir com os recursos que tinham (carvão) após os embargos resultantes da primeira guerra mundial.


Abril 16, 2021, 20:09:29, 20:09
Responder #32

Cross

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A provar esta teoria estão os investimentos megalómanos de empresas como a Bosh ou o Grupo VW.

Não deixa de ser curioso que sejam os alemães a liderar os avanços nos combustíveis sintéticos.
Afinal, já tiveram que os produzir com os recursos que tinham (carvão) após os embargos resultantes da primeira guerra mundial.
Vamos ver não será algo do tipo depois do Diesel gate virá o Sintetic Gate.
Dizendo o povo em boa giria popular.... Muda as moscas (entenda se o combustível) mas...


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Bom Senso e Senso Comum nunca fez mal a ninguém!

Abril 16, 2021, 20:28:28, 20:28
Responder #33

dfelix

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Vamos ver não será algo do tipo depois do Diesel gate virá o Sintetic Gate.

A ideia só por si tem um lado de "treta gate".

Porque supostamente sintéticos serão produzidos através de carbono capturado da atmosfera.
Assume-se que o que emitem foi outrora capturado.

O que é um falso "zero emissões". Ou emissões "pescadinha de rabo na boca".



Abril 16, 2021, 21:53:03, 21:53
Responder #34

JoãoPVCarvalho

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Vamos ver não será algo do tipo depois do Diesel gate virá o Sintetic Gate.

A ideia só por si tem um lado de "treta gate".

Porque supostamente sintéticos serão produzidos através de carbono capturado da atmosfera.
Assume-se que o que emitem foi outrora capturado.

O que é um falso "zero emissões". Ou emissões "pescadinha de rabo na boca".

Atenção que não é zero emissões, nem perto. Basta um motor estar mal afinado e o índice de poluentes libertados dispara imediatamente (Olha os TDI fumarentos que por aí andam a rasgar trapo na Vasco da Gama)

A ideia é consumir recursos mais limpos e baratos de obter enquanto se avança na tecnologia do Hidrogénio.
Queimar Metano é ecologicamente preferível a queimar qualquer outro hidrocarboneto por ser mais fácil realizar uma queima completa, algo impossível de conseguir com a gasolina e ainda mais difícil no caso do Diesel, mesmo sendo bio-diesel, isto porque da queima destes combustíveis resulta o grande vilão ecológico, esse malvado Monóxido de carbono (Co), o grande causador do efeito estufa. (até um iluminado qualquer descobrir o que fazer com ele).

O problema actual é que as energias renováveis ainda não são economicamente viáveis.
No plano ecológico são também um problema na medida em que a maior parte  da energia eléctrica continua a ser produzida com recurso a geradores que consomem combustíveis fosseis (hidrocarbonetos sujos. Em Portugal ainda temos uma central a carvão p. ex.).
No caso da mobilidade acresce ainda o problema dos acumuladores que para além de disponibilizarem uma autonomia no mínimo questionável, representam elas próprias um significativo acréscimo de massa para deslocar com o consequente consumo energético, afetando também por essa via a eficiência dos eléctricos. E ainda todo o processo do seu fabrico, onde se destacam os metais pesados utilizados (Cadmio, Lítio, etc.) resultantes de processos de mineração caros e extremamente impactantes no plano ambiental, já para não falar no problema que a sua "reciclagem" vai levantar bem como os custos envolvidos.

Short story, é mais barato, mais limpo, mais fácil e mantém o status quo oligárquico queimar e-fuel do que avançar na tecnologia dos eléctricos.

O DieselGate como todos os outros "Gates" que andam por aí são apenas uma realidade com a qual vamos ter de aprender a viver porque o bicho homem, esse não vai deixar de aproveitar a oportunidade quando a encontrar. Cada um na sua escala mas, todos estamos geneticamente programados para retirar vantagem das situações com que nos deparamos, a única diferença para os outros bicharocos é o polegar oponível!
Um planeamento cuidado é meio caminho andado.✌
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Abril 16, 2021, 23:30:49, 23:30
Responder #35

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    Queira o bem. Faça o bem. O resto vem...
Este assunto é interessantíssimo e li com atenção os posts de quem por aqui comentou.  :nice:

Mas no meio disto tudo - e de modo nenhum pretendendo entrar em rota de colisão com o já por aqui avançado - continua a existir algo que me parece que não 'encaixa'.  :pensador:

É que são os próprios fabricantes a afirmar o fim do desenvolvimento dos motores de combustão!!

E como se isso não bastasse, temos a intenção expressa de cada vez mais países a fazer o mesmo.

Aliás, ainda hoje foi noticiado o que se vai passar em Espanha e que vai contra a questão da continuidade dos veículos de combustão.

https://www.motor24.pt/sites/wattson/espanha-aprova-fim-de-veiculos-novos-a-combustao-e-renova-apoio-a-ev/1516855/

Existe assim algo que...ou me está a escapar, ou o que vejo aparenta cada vez mais ser o claro afastamento dos motores de combustão.

Existe assim aqui uma 'peça do puzzle', no que toca a veículos de uso particular, que me deve estar a escapar.
Nada tenho contra os combustíveis sintéticos, mas a sua utilização não irá centrar-se mais no parque de veículos actualmente existentes e não tanto em futuros veículos?

Ou seja...até que ponto vai estancar o autêntico boom e investimentos brutais que estão a ser feitos nos veículos eléctricos!??
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Abril 17, 2021, 08:21:24, 08:21
Responder #36

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Este assunto é interessantíssimo e li com atenção os posts de quem por aqui comentou.  :nice:

Mas no meio disto tudo - e de modo nenhum pretendendo entrar em rota de colisão com o já por aqui avançado - continua a existir algo que me parece que não 'encaixa'.  :pensador:

É que são os próprios fabricantes a afirmar o fim do desenvolvimento dos motores de combustão!!

E como se isso não bastasse, temos a intenção expressa de cada vez mais países a fazer o mesmo.

Aliás, ainda hoje foi noticiado o que se vai passar em Espanha e que vai contra a questão da continuidade dos veículos de combustão.

https://www.motor24.pt/sites/wattson/espanha-aprova-fim-de-veiculos-novos-a-combustao-e-renova-apoio-a-ev/1516855/

Existe assim algo que...ou me está a escapar, ou o que vejo aparenta cada vez mais ser o claro afastamento dos motores de combustão.

Existe assim aqui uma 'peça do puzzle', no que toca a veículos de uso particular, que me deve estar a escapar.
Nada tenho contra os combustíveis sintéticos, mas a sua utilização não irá centrar-se mais no parque de veículos actualmente existentes e não tanto em futuros veículos?

Ou seja...até que ponto vai estancar o autêntico boom e investimentos brutais que estão a ser feitos nos veículos eléctricos!??

Estamos num autêntico carrossel de noticias que desestabilizam os interessados em adquirir veículos, seja novos seja usados, e que deixam as pessoas sem saber o que fazer:
1. será mesmo que o futuro próximo será só para eléctricos?
2. será mesmo que o futuro próximo acaba com comercialização de veículos de combustão de um dia para o outro?
3. será mesmo que o futuro próximo e apesar de as marcas deixarem de desenvolver motores de combustão, os existentes ainda terão uns quantos anos no mercado?
4. será mesmo que o futuro próximo nos reserva o aparecimento em massa (esparguete que é comprida e é uma boa metáfora dando ideia de grande continuidade e de homogeneidade) de vários veículos eléctricos distintos dos actuais e que tornam os actuais em reais obsoletos ou recambiados para apenas 2ºs e 3ºs veiculos familiares, para as voltinhas na cidade?
...
É que depois ainda há outras "subquestões" pertinentes...
1.1. e como será a questão dos híbridos, morrem de um dia para o outro?
1.2. e os híbridos passarão todos a gasolina+eléctrico e acabam com o gasóleo+eléctrico?

2.1. como será a reacção dos actuais proprietários endinheirados que compraram os últimos topo de gama a gasóleo ou gasolina ou híbridos a gasóleo ou híbridos a gasolina, vão todos meter o estado em tribunal se se começar a limitar a circulação dos mesmos (direito ao tratamento de igualdade) e por outras questões relevantes como o valor comercial em que podem também processar as marcas por lhes terem vendido gato por lebre (um típico proprietário de uma berlina familiar de luxo facilmente se juntar a outros amigos em iguais circunstâncias conseguem processar estado e marcas se se virem roubados com o valor comercial passar de mais de 60.000€ e de um dia para o outro para qualquer coisa como 5.000€ (valor para abate)?
2.2. é portanto um barril de pólvora difícil do estado/governo decidir finalizar de um dia para o outro a não ser que definam patamares/anos sequenciais para irem transformando o parque automóvel de combustão para outra coisa nova distinta dos "actuais eléctricos"

3.1. e como será o mercado de peças para substituição dos veículos com menos de 10anos? vão acabar de um dia para o outro?
3.2. esta questão das peças pode ser fundamental para se perceber que depois de decretado o fim dos motores de combustão, pelo menos durante mais 10 anos legalmente as marcas são obrigadas a comercializarem essas peças, tornando os actuais veículos ainda não obsoletos de um dia para o outro...
3.3. essa legislação para "peças" não foi alterada por enquanto e indica julgo eu que 10anos, quando anteriormente seria de 30anos ou mais

4.1. o que temos assistido é o aparecimento em "couscous" de novos veículos eléctricos com grande investimento meramente das marcas secundárias asiáticas, tanto que as restantes apenas acabam por comercializar apenas um ou dois modelos...
4.2. e quando as marcas principais começarem a apresentar toda a gama de veículos já eléctricos ou outras soluções mais "modernas", será que trazem de oferta reais substitutos aos actuais veículos?

Comentário final:
5. os actuais veículos não são reais substitutos aos actuais veículos a diesel que nos oferecem facilmente autonomias de 1000km mesmo sem ficarmos limitados em demasia do acelerador...
5.1 é que é ridículo termos de andar a 60kmh num eléctrico para conseguirmos ir de Lisboa ao Algarve para não termos que parar pelo meio 30min ou mais...
5.2. e como será as pessoas que normalmente/diariamente fazem de Braga a Faro (vendedores) em que precisam de rapidez, acham mesmo que vão logo a correr para um eléctrico mesmo que seja um Tesla Model S?
5.3. Por muito que custe, esta questão não vai acabar de um dia para o outro e por enquanto ainda é viável as pessoas adquirirem veículos de combustão, novos sabendo que para não perderem dinheiro daqui a pelo menos 4/5 anos terão de vender, e usados pela mesma questão ou é para ficar até abater o veículo ou ir trocando por outro melhor até determinada altura para não perder demasiado dinheiro...
Grão a Grão, Comemos Feijão!
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Abril 17, 2021, 09:31:22, 09:31
Responder #37

Sapiens21

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Todas essas são questões bastante pertinentes e que também eu as faço...

Como tu, estou também um pouco 'vulnerável' sem saber muito bem no que apostar para os próximos anos.
Aliás, parece-me que estamos todos, a avaliar pelos sucessivos anúncios de fim dos motores de combustão, não só afirmado por inúmeras marcas como por vários governos que colocam metas que variam maioritariamente entre 2030 e 2035.

Uma coisa ainda assim estou suficientemente seguro... Tudo aponta para um fim próximo mais do que anunciado para os diesel, no que diz respeito aos veículos particulares novos.
Esse parece-me o mais certo de todos...

E os combustíveis sintéticos, bem explicados acima pelo @JoaoPVCarvalho, parece-me que serão uma transição para ficar durante vários anos (em simultâneo com eléctricos), pois apesar estancar o desenvolvimento de novos motores de combustão, não deixarão de existir largos milhões de veículos e cuja substituição não se faz de um momento para o outro.  :)


(....)
4. será mesmo que o futuro próximo nos reserva o aparecimento em massa (esparguete que é comprida e é uma boa metáfora dando ideia de grande continuidade e de homogeneidade) de vários veículos eléctricos distintos dos actuais e que tornam os actuais em reais obsoletos ou recambiados para apenas 2ºs e 3ºs veiculos familiares, para as voltinhas na cidade?
(....)


Isto que aqui perguntas é muito interesante.
E eu tenho vindo a questionar o mesmo...

É que por aquilo que se vai sabendo, se as baterias de estado sólido actualmente em fase de testes e aperfeiçoamento da tecnologia acaso começam a chegar a partir de 2025 como dizem (sim, dentro de 4 anos), a revolução face às actuais é capaz de as deixar um pouco obsoletas. E com 'um pouco' talvez esteja a ser simpático na escolha de palavras. :pensador:

Obrigado pelos inputs @2Low...
O tema é muito interessante e colocas questões muito pertinentes.  :nice:
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Abril 17, 2021, 12:42:48, 12:42
Responder #38

Lourenço

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Os veículos a combustão ainda por cá estarão mais algumas (poucas) décadas, mas:

- Serão mais caros. Há e haverá menos vendas, o pico de vendas dos veículos exclusivamente a combustão já foi atingido. O de combustíveis fosseis para locomoção estará a ser atingido o que falta saber é se os preços, que são cartelizados, serão mantidos artificialmente ou seguirão a lei da oferta e da procura com alguns países produtores a rasgarem acordos, desesperadamente, ou a fazer valer a menor procura que existirá valendo-se de baixos custos de extração para imporem os seus preços.

- Várias marcas já começavam a estar ausentes do segmento A porque as margens de comercialização já não justificam e algumas só á custa de parcerias conseguiam ainda modelos rentáveis no segmento B, no diesel há anos que se verifica e mais recentemente também na gasolina.

- A manutenção e reparação de veículos a combustão é cada vez mais cara, na proporção dos complexos sistemas de despoluição e rendimento menor.

- Alem do preço final de venda, o custo de desenvolvimento de novos modelos e motores de combustão interna que cumpram atuais e futuras normas ambientais e o aumento de quota de mercado de alternativas anula o investimento, das marcas de veículos, da prospeção de combustíveis fósseis e em extrações até agora rentáveis, das redes de distribuição e em novos postos de combustível, em concessionários e oficinas, etc.

- O aumento de zonas e regiões de emissões reduzidas é irreversível.

- A parte cada vez maior de veículos elétricos, 10% das vendas na Europa em 2020 foi elétrica ou hibrida, 4 % no mundo, as previsões são de 30% em 2025. Em 2020 foram o dobro de 2019. Este aumento exponencial de venda de veículos elétricos reduziu as vendas de motores diesel, mas recentemente também de gasolina.

- O preço de venda final de um veículo elétrico ainda elevado não impede o surgimento de muitas marcas com produtos novos cujo desenvolvimento exige menos recursos financeiros que um veículo de combustão interna, (motores, caixas de velocidades, sistemas de despoluição) o que leva ao aparecimento de marcas exclusivas de VEs e fabricantes de smartphones a anunciarem a intenção de fabricar VEs.

- O veículo elétrico mais vendido no mundo tem um custo inferior a 5 000 €, na China. Prevê-se que na Europa o preço de um VE esteja menos de 20% acima de um equivalente combustão em 2027.

- As recargas de VEs com as novas tecnologias de baterias proporcionarão em viagem mais de 300 km de autonomia em menos de 40 minutos em breve e sempre com a vantagem de poder carregar em casa ou no emprego.

- Está provado, eu próprio constato, que um condutor de VE raramente pondera regressar ao combustão.

Ao contrário de opiniões anteriores:

- Penso que as emissões são algo que tem consequências para todos e estão muito para alem da questão fiscal. As emissões devem ser analisadas em duas vertentes, a global com o aquecimento e desregulação progressiva do clima e a local com as consequências imediatas na saúde humana onde uma das causas principais é a emissão de partículas que um diesel mas também um gasolina, qualquer motor de combustão com qualquer tipo de combustível, mineral ou sintético, emitem.

- As energias renováveis são economicamente viáveis, a energia eólica e sobretudo solar são mais baratas (e ecológicas, num ciclo de vida integral) que as fósseis e a questão que as tornava menos competitivas, a ciclicidade VS disponibilidade e armazenamento é cada vez mais uma batalha vencida, seja com as tradicionais barragens seja com o recurso ao hidrogénio e até com as tecnologias de baterias estacionárias que estão a melhorar bastante.

Hoje em Portugal, muitos utilizadores de VEs já carregam com painéis fotovoltaicos, (alguns com baterias estacionárias, já há possibilidades de 1 kW por menos de 130€ e mais de 5 000 ciclos) e ponderando o custo de painéis para 18 anos (25 estimados) e inversor para 8 (10 a 15 estimados) o investimento é rentável ao fim de 6 anos considerando tarifas fora de vazio e 9 anos tarifas em vazio. Pessoalmente, mesmo que a rentabilidade não fosse tão evidente, seria uma opção do ponto de vista ambiental, como foi há algum tempo com investimento superior ao atual e resultados menos previsíveis. Quem carrega em casa, em tarifa de vazio consegue com menos de 2.80 € (impostos e taxas incluídos) fazer 100 km, quem carrega na rede pública depende de muitos fatores, mas pode gastar entre 5 € a muito mais para os mesmos 100 km, com os painéis estou abaixo de 1 € e espero baixar este valor com a amortização a 6 anos da instalação, passados os primeiros 4.

Em Portugal existem incentivos á compra de VEs, que ficam em valor por cada veículo abaixo dos 6 000 a 12 000 € na Alemanha ou França, mas que eu considero, apesar da relativa pertinência destas ajudas custeadas por todos os contribuintes, que seriam valores muito melhor aplicados em incentivos á estrutura de carregamento em condomínios e residências e de rede de postos de carregamento.

Afinal hoje em Portugal estamos perante um monopólio publico de postos de carregamento, onde os poucos privados tem de recorrer a subterfúgios para prestar serviço de carregamento, e cuja entidade publica gestora, a Mobi.e, acaba de anunciar mais 3 parcelas de custos a acrescentar a cada carregamento e com efeito a partir do próximo mês de maio.
Seria deste lado, do carregamento, que os incentivos seriam bem-vindos em implementação e reforço de instalações elétricas de forma a democratizar e igualizar para todos a possibilidade de utilização de VEs dando possibilidade a todos, na residência, em moradias ou condomínios menos recentes, de carregarem às tarifas do seu fornecedor de eletricidade, e não a 3 ou 4 e mais vezes esse valor na rede pública o que cria uma desigualdade de oportunidade e dificulta a adoção da mobilidade elétrica a muitos.

Voltando ao tema do tópico, a industria automóvel dos veículos a combustão não vai perdurar, a diminuição de vendas imediata é tão drástica que só os veículos mais caros de segmentos superiores vão resistir com lançamentos de novos modelos mais alguns anos, 10 ou 15, talvez mais, mas acaba a economia de escala com modelos com números de vendas grandes e globais, estaremos num mercado totalmente diferente também nos preços de combustíveis fosseis, no numero de estações de serviço, no pós-venda e assistência das marcas, preços de seguros e sobretudo de revenda usado.

Os combustíveis sintéticos são um último suspiro da combustão, talvez cheguem a ter alguma representatividade na transição, o hidrogénio é algo que já exite em locomotivas ferroviárias, navios, algumas frotas restritas de pesados, em alguns ligeiros ainda de forma balbuciante, na incorporação e mistura com gás natural domestico e industrial, na armazenagem de renováveis e que ainda poderá fazer parte do puzzle na locomoção generalizada.


Abril 17, 2021, 18:48:33, 18:48
Responder #39

JoãoPVCarvalho

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Volto a lembrar que comecei por dizer que o foco dos e-Fuel está na Industria.

É um facto que estes combustíveis sintéticos são transitórios para o Hidrogénio (também já o tinha dito).

Todos o hidrocarbonetos têm algum nível de emissões de gases de efeito estufa (também fiz esta referência).

A transição vai levar mais de uma década sendo que os Diesel vão ser severamente afectados já nos próximos 5 anos, particularmente por via do aumento exponencial do gasóleo (também disse isto)

Os VE não são um projecto morto, de maneira nenhuma, apenas vão sofrer o desinteresse económico por via de uma tecnologia já disponível, mais barata e actualmente mais ecológica, porque ao contrario do que escreve o companheiro @Lourenço, a renováveis não são AINDA economicamente viáveis (eu devo saber, afinal dirijo uma empresa que se dedica precisamente à venda a retalho de energias). Actualmente a única forma de produção de energia renovável economicamente viável é a hídrica graças ao seu enorme volume de produção, contudo, a sua disponibilidade é sazonal.

6 anos como prazo de amortização de um investimento na casa dos 25.000€ dificilmente pode ser considerado interessante, e não podemos esquecer o factor de eficiência dos painéis fotovoltaico. Por um lado estão dependentes do numero de horas de exposição solar (que no nosso país não representa um problema) e por outro da perda de capacidade das células fotovoltaicas. Pois é, à medida que o tempo passa por elas menos energia produzem, daí que esse prazos de longevidade que os fabricantes anunciam são como a publicidade!

Anúncios de vendas de carros, motores, investimentos, expectativas disto ou daquilo, não passam de combustível, neste caso para os mercados bolsistas, nem sempre estão sustentados por um estudo rigoroso, aliás, como já viu no passado com outras situações, esses anúncios vêm sempre dotados de uma boa dose de especulação.

Os Diesel serem banidos do dia para a noite ou outra medida qualquer com semelhante ritmo é pura demagogia. As coisa vão levar o seu tempo, as medidas (pelo menos nos países geridos por pessoas sensatas) vão ser graduais, notem que se fala de 2030, não é propriamente no ano que vem.

Outra curiosidade é que o Tratado de Paris só fala em volume de emissões, não ataca directamente este ou aquele sector. Os diversos governos é que estão a adoptar medidas concretas que podem afectar sectores em particular.

Os acumuladores de energia, vulgo baterias, são o calcanhar de Aquiles dos VE.
300Kms de autonomia a que média? 90? 100? 120?
40m de tempo de recarga. 80%? logo já não dá para os tais 300kms...
Lisboa/Porto, A1, 290Km, mais ou menos 3h. Num Model S de um amigo meu (os vários testes que ele fez podem ser encontrados no grupo de FB dos Proprietários dos Tesla) indo a rasgar tem de recarregar duas vezes demora 5h, indo devagar tem de recarregar 1 vez demora 5h... é tudo uma questão de mentalização. as 125cc também vão a todo lado mas a verdade é que todos acabamos por subir de cc.

Os acumuladores têm ainda outros problemas. A sua duração e a sua eficiência ao longo do seu tempo de vida e o seu hipotético custo de substituição. Quanto a estes assuntos acho que nem vale a pena pronunciar-me.

A produção destas baterias e a sua futura reciclagem são outro pontapé ambiental. Também sobre este assunto não faltam controvérsias e movimentos ambientalistas com as suas muitas razões, umas válidas outras nem tanto...

Eu não tenho dúvidas que estes combustíveis sintéticos são transitórios, até porque as reservas de Metano embora gigantescas são finitas, e o metano obtido por meio de compostagem e afins é totalmente absorvido nas mesmas industrias que o produzem, logo não estará disponível para o mercado da mobilidade.

O @Sapiens21 teve recentemente acesso a uma publicação que entre outros aspectos refere os planos e os investimentos que estão a ser realizados no Japão. Tendo esse exemplo por modelo é fácil retirar ilações e perceber que os veículos de combustão vão coabitar por várias décadas com os VE e que na Islândia por exemplo os motores de combustão devem desaparecer por completo, enquanto em África será o oposto, nos EUA devemos encontrar um mix, no Brasil e América do Sul vão continuar a proliferar os veículos de combustão, Na velha Europa e Norte da Ásia vamos continuar a precisar dos nossos DB killer, e em todo o Mundo vamos continuar a pagar os combustíveis, sejam eles quais forem a um preço elevado porque os oligarcas não vão abrir mão do poder e do capital.

A Ducati está já a desenvolver um modelo com um motor especialmente preparado para estes combustiveis eu desconhecia que a VW começaria por este sector porque o que se fala a par da Porche é uma investida no mercado do e-fuel em parceria com a UBER para modelos de gama média, na verdade Golf TGI, Skoda Octavia G-TEC, Audi A3/A4 G-Tron e SEAT Leon TGI.
Enquanto a BMW anuncia que motores turbodiesel de quatro e seis cilindros estarão disponíveis por pelo menos 20 anos, enquanto blocos gasolina estarão em oferta por aproximadamente mais 30 anos.



Mas tal como comecei por dizer na minha primeira intervenção, fazer futurologia é um risco enorme, especialmente neste campo onde populam interesses muito poderosos e nunca sabemos se o vento vira e tudo muda.

https://www.razaoautomovel.com/2017/08/bosch-combustiveis-sinteticos-efuel

« Última modificação: Abril 17, 2021, 20:31:00, 20:31 por JoãoPVCarvalho »
Um planeamento cuidado é meio caminho andado.✌
by JDilemas

Abril 17, 2021, 23:38:32, 23:38
Responder #40

Sapiens21

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Quanto à reciclagem das baterias (tema de certa forma conexo com este, muito pertinente e já abordado em 3 ou 4 intervenções), sinto que devo trazer algo para a discussão.... :nice:

E faço-o porque o que era 'ontem', hoje parece já não ser exactamente o mesmo.

Efectivamente sempre houve essa dúvida e real preocupação.
Aliás, parte dos materiais que compõem as baterias dos veículos eléctricos não podem (ou não devem!) simplesmente ser enterrados ou amontoados como se nada fosse.
Especialmente porque são cada vez mais e se tornaria um gigantesco problema...

Além de que nem todas as baterias com ciclos para lá dos preconizados pelo fabricante seguem para uma 2a vida, como por exemplo uma qualquer utilização doméstica associada a painéis solares.

E é precisamente aí que entra a questão da 'reciclagem das baterias'.
Isto porque actualmente já começam a aparecer soluções efectivas e com resultados difíceis de questionar, com empresas que se especializaram em retirar esses metais preciosos e que podem ter uma nova utilização...várias vezes!! :)

O vídeo da CNBC, dedicado a um desses casos, é muito interessante.
E acreditem que aquilo que é relatado não é caso único. Já se faz o mesmo na Europa presentemente.  :nice:


Vamos manter o tema interessante.
Todos os inputs por aqui são válidos, muitas vezes com conhecimento de causa e não há aqui opiniões sem relevância.
Até porque estamos numa fase de transição dos combustíveis derivados de petróleo e são algumas (e não apenas uma) as possibilidades de os poder substituir.



"Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas para satisfazê-los.
Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro."

Dalai Lama

Abril 17, 2021, 23:43:36, 23:43
Responder #41

Lourenço

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Hoje um investimento em FV por um particular não deve exceder 1 € por kWc o que para os 4 kW máximos autorizados sem contagem seriam 4 000 €, muito longe dos 25 000 €, se é que foi este o investimento referido.
Quem não tiver possibilidade de carregar VE durante o dia não deve investir tanto ou aumenta a parada, com 4 KW ou mais, vai para um inversor hibrido e monta baterias a 48 V, seja com células LifePo4 novas (células 280 Ah 3.2 V a pouco mais de 120 € cada, mais BMS, proteções e ligações), seja com baterias de recuperação de VEs, as baterias solares do comércio ainda são caras apesar de em determinadas situações já serem viáveis.
A bateria do meu primeiro VE já está perto nos 73% da capacidade inicial que já não era muita, em breve será o meu armazenamento de excedentes por muitos anos e um incentivo ao aumento de capacidade instalada de produção.

Conheço várias instalações de amigos, mais recentes e mais eficientes que a minha, em pequena escala, por isso tenho dificuldade em perceber como a energia renovável não é economicamente viável em grande escala, Portugal é um dos países com maior produção renovável relativa e tem saldo exportador, por períodos, com preços competitivos para mercados ainda com carvão e nuclear e só não exporta mais porque os franceses não estão de acordo.

O stress da autonomia também foi um dos sintomas que senti antes do primeiro VE que comprei usado e com bateria pequena em capacidade, até que um amigo que já tinha um Leaf dos primeiros me perguntou: Quantas vezes por ano fazes mais de 200 km diários? Nessa época ainda não havia a rede de carregamento de hoje. Importei o carro e nunca fiquei limitado. Hoje não dependo da rede pública, carrego em casa ou tenho ao dispor redes privadas que me satisfazem, tenho mais de 300 km de autonomia acima de velocidades legais. A rede publica está a evoluir e já conta com muitos carregadores rápidos cuja potência parte dos VEs nem conseguem utilizar plenamente.

Resumindo, há uns anos pensava que a mudança ia demorar mais, hoje estou convencido que é imparável e será mais rápida, com os dados atuais sem contar com as novidades e evoluções que os grandes players que vieram a jogo (acordaram com uma lição de uma marca nova que apareceu do nada) e vão criar uma oferta exponencial em quantidade, qualidade e inovação.

Edito para o seguinte.

Precisava de aproveitar o mais possível a produção fotovoltaica e nem sempre a aproveitava integralmente com o meu carro ou com algum dos carros dos miúdos. para já a solução que encontrei, antes da bateria de armazenamento, foi esquecer por algum tempo uma moto para passeios, e encomendei uma scooter elétrica equivalente 125 (com duas baterias) que utilizarei quando há bom tempo e sol, precisamente quando o carro poderá ficar a "abastecer" em casa, menos um motor a combustão, para já. ;)
« Última modificação: Abril 18, 2021, 00:01:28, 00:01 por Lourenço »

Abril 18, 2021, 01:05:39, 01:05
Responder #42

dfelix

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Atenção que não é zero emissões, nem perto. Basta um motor estar mal afinado e o índice de poluentes libertados dispara imediatamente (Olha os TDI fumarentos que por aí andam a rasgar trapo na Vasco da Gama)

Ninguém falou há "zero emissões"..
O que muitas destas ideias tentam vender é uma espécie de "compensação".
Assume-se que ao retirar emissões da atmosfera para fabricar combustível se esteja de certa forma a anular o que possa ser emitido posteriormente.

Daí ter chamado a isto de "treta gate"!  :)

BTW.... a maioria dos fumarentos que no dia-a-dia me sujam a viseira são mesmo veículos comerciais jurássicos que só devem passar nas IPO pela porta do cavalo.  :-X

O xunings cuja porta traseira transporta quilos de carvão é coisa que começo a ver cada vez menos.

Queimar Metano é ecologicamente preferível a queimar qualquer outro hidrocarboneto por ser mais fácil realizar uma queima completa, algo impossível de conseguir com a gasolina (...)

Calma...

O metano tem uma cadeia extremamente simples com um só carbono.
Logo menos menos energético que o butano que tem dois, o propano que tem 3, etc...

Daí o gás natural (por ser uma mistura mais rica em metano) seja "mais fraco" que o butano de botija.
E que para certas utilizações mais exigentes no que diz respeito a temperatura de chama se recorra a misturas de propano por serem mais energéticas, e por aí fora.

O metano a ser usado directamente só mesmo num formato estilo do actual GPL (que é butano + propano), mas será sempre menos eficiente, pelo que referi atrás.

Porém, a ideia que tenho é que os combustíveis sintéticos que se falam é suposto terem propriedades químicas idênticas ao dos actuais combustíveis. Porém criados a partir de carbono atmosférico e não do crude.

Porque na realidade os combustíveis sintéticos não é algo novo.
O que é novo nisto tudo é mesmo a fonte de carbono para este processo.

Mas queimar hidrocarbonetos será sempre algo "sujo"... e a "queima completa" é sempre muito relativo.
Penso que o que está aqui em causa seja mais... "reciclar" hidrocarbonetos!  :)

...algo impossível de conseguir com a gasolina e ainda mais difícil no caso do Diesel, mesmo sendo bio-diesel, isto porque da queima destes combustíveis resulta o grande vilão ecológico, esse malvado Monóxido de carbono (Co), o grande causador do efeito estufa. (até um iluminado qualquer descobrir o que fazer com ele).

Na realidade o diesel é mais eficiente quanto a emissões de COx.

Engraçado, pois já se tinha falado sobre isso aqui e aqui em 2016 ... com o tempo passa!

Isto acontece por razões inerentes ao tipo de combustão.
A contrapartida do diesel sempre foi os NOx e as partículas que são mais difíceis de tratar.

O "malvado monóxido de carbono" é transformado em menos malvado dióxido de carbono pelo catalisador.
Portanto algum iluminado há muito que já descobriu o que fazer com ele.  :)

Mesmo o NOx e as partículas já diversos iluminados descobriram como os tratar.
A fiabilidade destes sistemas é que... pelos vistos não é grande coisa. Pelo menos são imensos os casos de conhecidos a queixarem-se de problemas que já tiveram problemas com filtros de partículas de deixam de regenerar..

A nível industrial a Perkins tem máquinas diesel com emissões super reduzidas.
No entanto, aquilo não tem escape.. mas uma "central de tratamento de gases".  :)

E já que falas em biocombustíveis... os mesmos chegaram a ser sustentados em premissas muito idênticas aos dos combustíveis sintéticos.
Porque na realidade, os biocombustíveis são fabricados a partir de biomassa que ao longo do seu crescimento capturou e reteve carbono da atmosfera.


Nada tenho contra os combustíveis sintéticos, mas a sua utilização não irá centrar-se mais no parque de veículos actualmente existentes e não tanto em futuros veículos?

Acho que vai depender muito dos teus amigos de Bruxelas e até que ponto os construtores e energéticas conseguem ter peso nas decisões.

De qualquer forma, qualquer decisão dificilmente terá efeitos retroactivos.
Ou seja, ninguém vai deixar de abastecer o que tem só porque deixou de se comercializar a combustão novos.

Se os combustíveis sintéticos são a solução especificamente para estes... siga.
Afinal, o que não faltou ao longo dos anos foi alterações nos combustíveis que hoje têm parcialmente biocombustíveis misturados.

O problema poderá passar pelo aumento de zonas de emissões reduzidas.
E quem vive ou tem necessidade de se deslocar a estes locais terá que migrar.

E quanto à questão das peças penso que será uma falsa preocupação.
Porque da mesma forma que tens imensa oferta para veículos antigos.. certamente continuará a haver quando os actuais forem antigos.
Além de que isto abre novas oportunidades de negócio a quem ousar investir.

...parece-me que serão uma transição para ficar durante vários anos (em simultâneo com eléctricos), pois apesar estancar o desenvolvimento de novos motores de combustão, não deixarão de existir largos milhões de veículos e cuja substituição não se faz de um momento para o outro.

Quando tens construtores a defender que vão apostar nos combustíveis sintéticos... o "estancar" pode ser um verbo algo duro!
Será que sabem algo que nós não sabemos?
Acho que vamos ter que esperar para ver.

- Está provado, eu próprio constato, que um condutor de VE raramente pondera regressar ao combustão.

E eu constato que um condutor de VE ocasionalmente depende de um amigo que tenha um veiculo a combustão.  :D

- Penso que as emissões são algo que tem consequências para todos e estão muito para alem da questão fiscal. As emissões devem ser analisadas em duas vertentes, a global com o aquecimento e desregulação progressiva do clima e a local com as consequências imediatas na saúde humana onde uma das causas principais é a emissão de partículas que um diesel mas também um gasolina, qualquer motor de combustão com qualquer tipo de combustível, mineral ou sintético, emitem.

Se a derradeira preocupação fosse ambiental há muito que se teria apostado em estratégias orientadas à retenção do carbono.
Não faltam iniciativas baseadas em evidência científica com estratégias desenvolvidas e resultados calculados previstos.
No entanto, não parecem conseguir penetrar quem efectivamente faz e impõe as leis.

Numa linguagem muito simples, as UE não parece muito preocupada em retirar o carbono da atmosfera.
Está focada em que o cidadão reduza as suas emissões através do consumo.




« Última modificação: Abril 18, 2021, 01:08:01, 01:08 por dfelix »

Abril 18, 2021, 13:05:47, 13:05
Responder #43

SARider

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Não me choca que o combustivel sintetico possa ser uma alternativa de transição para uma solução que não envolva carregar centenas de kilos extra em baterias. Gastar energia para movimentar tanto peso extra não parece nada eficiente...
Para sectores como a aviação, ainda fará mais sentido.
 
Aqui mais alguma info sobre e-Fuel e Syn Gas
 https://www.sunfire.de/en/syngas

O uso de Celulas de Combustível pode ser aplicado também a este tipo de combustível e não só ao hidrogénio.  Portanto este pode ser um passo intermedio para um futuro em  que possamos  ter veiculos elecricos mas sem recorrer a baterias.

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Yamaha N-Max 125