Clube Português Motociclismo
GERAL => Assuntos Diversos => Tópico iniciado por: Gentleman rider em Novembro 10, 2021, 02:13:47, 02:13
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Lembram-se quando nos anos 80 as motos ganharam carenagens e nasceram as sport-tourers? Bom, nos anos 80 chamavam-lhes desportivas mas hoje em dia conhecemos essas motos como sport-tourers. Também nos anos 80 nasceu um tipo de motos que ainda hoje conhecemos como trail.
Lembram-se quando nos anos 2000 as motos desportivas se tornaram tão radicais, desconfortáveis e potentes que quase toda a gente deixou de as comprar? E como por esta altura havia motos trail que tinham crescido tanto que tivémos que passar a chamar-lhes maxi-trail? Hoje em dia conhecemos as trail e maxi-trail por Adventure bikes mas na altura era assim que lhe chamavam.
Daqui a 20 anos as pessoas irão lembrar-se como nos anos 2020 as Adventure bikes se tornaram tão grandes, pesadas e deajustadas ao propósito que as fez nascer, andar fora de estrada, que quase toda a gente as deixou de comprar. E foi por esta altura que as pessoas voltaram aos anos 80, às sport-tourers e trails
Isto é, eu acho que nesta década vamos ver a extinção de dinossauros como a Africa Twin 1100, Tiger 1200, SuperAdventure 1290 etc e voltar a ver cada vez mais motos sport-tourer.
As maiores adventure bikes que irão restar à face da Terra serão as da gama da Ténéré 700, Tuareg 660, futura TIger 660 e futura Honda Transalp.
E a sempre popular BMW R1250GS? Bom, a grande GS, apesar da sua roupagem "aventureira" e muitos escolherem rodas raiadas quanto a mim é efectivamente uma moto de turismo e não uma moto trail/adventure. Se calhar por isso tem tido tanto sucesso, por ser uma moto de turismo que é esse uso que quase todos lhe dão.
E a versão Adventure? Acho que ou desaparece ou emagrece muito e se torna muito mais aquilo que foi a HP2 Enduro.
As fotos que já apreceram da futura R12300GS apontam para uma moto mais pequena do que o modelo actual o que me parece que vai ao encontro desta tendência do desaparecimento das grandes motos Adventure.
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Actual Triumph Tiger Sport 660 e não futura companheiro!
A moto já foi apresentada mas só começa a comercialização em Janeiro 2022 apesar de já se conseguir reservar a moto.
Sobre a R1300GS não me pareceu que venha mais pequena. Mais leve sim.
Concordo com a designação de turística à R1250GS e repara que na próxima R1300GS vai haver uma versão M1300GS, logo essa será uma turistica-desportiva... :D
Mas não acho que as trail adventure vão entrar em declínio pois teria de haver já indicios de estagnação de novos modelos neste tipo de motos e como podes assistir são cada vez mais as marcas a apostarem...
CFmoto 800MT
Royal Enfield himalayan 650 (2024)
Triumph Tiger 1200 quase a ser apresentada (continua enorme mas mais leve - lá está, são turísticas a fingir trail)
Macbor eight mile 500
Voge 500/650
etc...
Vejo contudo que tens razão sobre as trails como a nova Tuareg660, Tenere700 mas não coloco no mesmo saco a Tiger Sport 660, pois essa é uma turistica utilitaria...
Talvez a Royal Enfield himalayan 650 se ajuste a esse saco da Tuareg/Tenere.
Até as Versys da Kawasaki já são mais turisticas do que Trail Adventure, ou seja, o termo que lhes devemos colocar será algo como Adventure Tourer...
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Actual Triumph Tiger Sport 660 e não futura companheiro!
Vejo contudo que tens razão sobre as trails como a nova Tuareg660, Tenere700 mas não coloco no mesmo saco a Tiger Sport 660, pois essa é uma turistica utilitaria...
Eu referi a Tiger 660 (adventure) e não a Tiger SPORT 660 (turística). A Tiger 660 ainda não foi apresentada mas terá pelo menos roda 19" na frente. ::P:
Até as Versys da Kawasaki já são mais turisticas do que Trail Adventure, ou seja, o termo que lhes devemos colocar será algo como Adventure Tourer...
Pode acontecer que as sport-tourers altas (Versys, BMW XR, Tracer, NT1100) tenham vindo para ficar em detrimento das sport-tourers clássicas (Kawasaki 1000SX, BMW R1250RS, Suzuki GSX-S1000GT, V100 Mandello) mas não tenho grandes dúvidas que todas as marcas vão voltar a ter uma sport-tourer tradicional no seu catálogo.
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(...) eu acho que nesta década vamos ver a extinção de dinossauros como a Africa Twin 1100, Tiger 1200, SuperAdventure 1290 etc e voltar a ver cada vez mais motos sport-tourer.
As maiores adventure bikes que irão restar à face da Terra serão as da gama da Ténéré 700, Tuareg 660, futura TIger 660 e futura Honda Transalp.
E a sempre popular BMW R1250GS? Bom, a grande GS, apesar da sua roupagem "aventureira" e muitos escolherem rodas raiadas quanto a mim é efectivamente uma moto de turismo e não uma moto trail/adventure. Se calhar por isso tem tido tanto sucesso, por ser uma moto de turismo que é esse uso que quase todos lhe dão.
E a versão Adventure? Acho que ou desaparece ou emagrece muito e se torna muito mais aquilo que foi a HP2 Enduro.
As fotos que já apreceram da futura R12300GS apontam para uma moto mais pequena do que o modelo actual o que me parece que vai ao encontro desta tendência do desaparecimento das grandes motos Adventure.
Acho difícil de concretizar esse prognóstico.
Vejo pouco interesse por sport tourers, e poucas razões para que possam vir a ser, num futuro próximo, minimamente relevantes em termos de números...
Nos anos 90 as GS (aka "andaime") eram gozadas por toda a gente, eram um trambolho. Hoje têm uma legião de seguidores por uma série de razões, nem todas ligadas directamente ao produto. São boas motos, fáceis de conduzir e conviver apesar de todo o obsceno volume e peso, são financiadas de forma imaginativa, e oferecem a associação às imagens de "Dakars" ou aventuras, que 95% dos compradores nunca vai concretizar, mas fazem parte do encanto e do sonho que dirige o consumidor para a decisão de compra. Muitos compradores gostam disso, mesmo que saibam, lá no fundo, que nunca vão concretizar esse sonho, e que o mais próximo disso será um Lés a Lés ou uma ida a Marrocos.
O mesmo, em menor grau, pode ser dito em relação à Africa Twin (excepto que era um trambolho nos anos 90 :lolol:).
Acho que esse "drive" continua a ser poderoso, e não vai acabar tão cedo.
Dito isto, acho que a demografia e o cada vez mais diminuto interesse das novas gerações por motos, a que acrescerão os pontos de interrogação sobre a indústria |(i) regras anti-poluição ; ii) castração de motores; iii) combustíveis ; e iv)seguros cada vez mais caros| vão ter um impacto enorme num horizonte a 20 anos. Já se nota muito isso no Japão (em especial as consequências da questão geracional) que, como sabemos, é mais de metade desta indústria.
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Dito isto, acho que a demografia e o cada vez mais diminuto interesse das novas gerações por motos, a que acrescerão os pontos de interrogação sobre a indústria |(i) regras anti-poluição ; ii) castração de motores; iii) combustíveis ; e iv)seguros cada vez mais caros| vão ter um impacto enorme num horizonte a 20 anos. Já se nota muito isso no Japão (em especial as consequências da questão geracional) que, como sabemos, é mais de metade desta indústria.
Aqui de acordo, as pessoas nascidas no séc. XXI não têm o fascínio pela condução que muitas das pessoas que nasceram no século anterior têm.
Para além disso, a insegurança inevitável de ter um humano aos comandos de um veículo vai ditar cada uma crescente intolerância à circulação na rua de veículos (motos, carros ou camiões) conduzidos por humanos.
A moto e o carro tal como conhecemos tem os dias contados.