Test-Ride > Honda Integra 750
(mod. 2014/15)
O meu dia começou cedo....mesmo muito cedo!
Ontem já perto da hora de jantar recebi a informação por parte do concessionário Motodiana que já tinham a nova Honda Integra disponível para test-ride e o gerente disse-me directamente que gostaria que eu por lá passasse....
O resultado deste convite foi o expectável, pois esta manhã, ainda estavam eles quase a abrir as portas e eu já lá estava...
Passando àquilo que se seguiu e porventura o mais importante e que me motivou a escrever este post...
Comecei por apreciá-la estaticamente e aquilo que eu já tinha visto em imagens na web, saltou-me logo à vista:
- O banco encontra-se totalmente redesenhado e faz um ligeiro arco que acolhe o condutor numa posição mais baixa que na versão 700;
- O met-in agora existente, ainda que, pelo menos na minha opinião, só permita acomodar um capacete do tipo Jet, não deixa de ser uma enorme vantagem quando comparado com a anterior Integra. O espaço pode não ser uma coisa do outro mundo, mas dá 15 a 0 em relação àquilo que antes tinha. O fundo do mesmo é forrado, o que evita o chocalhar de objectos que por lá se coloquem e que agora têm muito mais espaço para deambular;
- O LCD é muitíssimo completo como já tinha tido oportunidade de dizer quando fiz aqui uma análise à sua irmã de cariz mais trail (NC750X), estando a informação mais importante legível sem grande dificuldade, ainda que tenha de fazer uma pequena crítica à dificuldade de chegar aos botões que permitem a alternância na informação pretendida, isto porque, estando sentado em posição de condução, obriga a um esticar de braços um pouco maior do que o normal devido ao facto de o painel estar situado numa posição muito afastada. Não é nada que não conhecesse já da Integra 700, mas não deixa de ser um pouco incómodo quando se pretende alguma informação do painel e diferente daquela que temos no momento. Quanto aos restantes comandos, diria que são típicamente Honda e situam-se todos dispostos de forma bastante ordenada e facilitadora do seu uso;
- A manete dos travões é ajustável e permite a cada condutor optar pela posição que lhe seja mais confortável ou com a qual se sente mais seguro na condução;
- Existem também diversas aplicações a imitar o carbono e que lhe conferem um ar mais raçudo, de cariz mais racing, de vertente mais apimentada, o que de alguma forma até se confirmou, como descrevo de seguida....
O Teste dinâmico.....50Kms de test-ride!Ao preparar-me para arrancar, nota-se de facto que o banco está mesmo numa posição mais baixa e a forma como foi desenhada a sua zona lateral, permite que as pernas alcancem o chão de forma mais livre e, porque não dizê-lo, segura!
Devo, antes de escrever mais, informar que fui o primeiro a colocar as mãos em cima daquele modelo, pelo que estava completamente novo!
Isto para dizer que, a sensação ao ligar e após percorrer os primeiros metros, é a de que me parecia estar aos comandos da mesma Integra que conhecia antes, ou seja, aquele som característico a baixa velocidade é o mesmo de sempre. Não é uma vibração que é sentida! Aquela sensação a baixa velocidade assemelha-se a um gorgolejar do motor e que sai emanado pelo escape como um "pum pum pum" que se altera no seu ritmo e espaçamento conforme a velocidade vai subindo. De quaquer das formas, não deixa de haver quem aprecie este som mais rouco e que se manifesta de forma mais presente numa utilização a baixa velocidade.
Optei por primeiramente fazer um percurso de cidade pura e fui para a zona mais histórica da cidade, com calçada secular e bem característica do património que a fez receber o Galardão da Unesco.
E a surpresa começou...o conforto é fabuloso, mas mesmo! Dei por mim a circular por zonas verdadeiramente acidentadas e a suspensão tratou de absorver tudo de uma forma magistral. Bem sei que o facto de ter roda de 17' ajuda bastante e o material de absorção usado no novo banco também terá ali a sua influência, mas nota-se claramente que os técnicos da Honda mexeram nas suspensões, tornando a condução muito agradável e, dentro do possível e naquelas condições de condução em que me encontrava no momento, bastante prazenteira.
A caixa DCT, que tem agora a sua 2ª geração revista, agradou-me em cidade unicamente em utilização "D", pois sempre que colocava o modo "S", o binário elevadíssimo em baixas dava-me alguns safanões desagradáveis, principalmente na redução da 2ª para 1ª relação, ou seja, em velocidades verdadeiramente baixas. Já o modo "D", como disse, é bastante agradável na condução em cidade e mal se faz sentir a sua presença, fazendo com que o enrolar do punho tenha perdido aquele nervosismo e indecisão que sentia anteriormente.
Depois de umas fotos tiradas e de ter estado a ali a apreciá-la demoradamente junto ao Templo Romano de Évora (local magnífico para fotos, diga-se de passagem), fui para a estrada para continuar a minha análise à Integra 750.
Escolhi uma das estradas com menos movimento (ligação Évora - Alcáçovas) e tratei de explorar aquilo que o motor tinha para dar.
Pensei sempre como sendo uma maxiscooter aquilo que conduzia.....aliás, a Honda coloca-a mesmo nessa categoria e não noutra qualquer, pelo que era assim dessa forma que eu deveria fazer a minha análise.
Estrada pela frente, Kms de rectas para aproveitar e lá fui buscar novamente o modo "S" da caixa DCT que, aqui sim, estava como peixe na água.
As acelerações achei-as muitíssimo boas (volto a dizer que estou a pensar como tratando-se de uma maxi e não uma moto). Consegui...tive tempo...tive condições...e tive oportunidades suficientes em segurança, para reduzir a velocidade até aos 40Km/h e depois enrolar o punho para ver a forma como o motor desenvolvia até aos 120Km/h e, sem dúvida nenhuma que esta Integra 750 transmite sensações mais do que suficientes para o conceito que lhe serve de base.
Testei igualmente o modo manual desta caixa, tomando eu as rédeas dos acontecimentos e nesta situação ainda me senti melhor com a mesma, facilitando-me ainda mais qualquer ultrapassagem necessária no momento.
Os pneus Metzeler Roadtec, mesmo estando completamente novos e com alguma goma nas suas zonas mais exteriores, em momento nenhum me deixaram ficar mal e dei-me ao luxo de me deitar um pouco mais do que devia em 3 ou 4 curvas de velocidade média que encontrei neste test-ride.
Sobre a velocidade máxima alcançada não a vou dizer, mas considero importante dizer que é muito fácil circular rápido quase sem nos darmos conta e sempre com uma grande sensação de estabilidade. Não senti quaisquer vibrações incómodas no guiador, nos pés ou na zona do banco mesmo quando a velocidade atingia números consideráveis.
A protecção na zona superior achei-a aceitável até aos 100/110Km/h, porque depois disso o melhor que fiz foi baixar-me e assim evitar o turbilhão de ar que me estava a causar movimentos laterais no capacete e difíceis de contrariar por mim próprio. Devo realçar que tenho 1,81m, pelo que as sensações podem ser diferentes em estaturas diferentes da minha.
A travagem a fundo esqueci-me de a testar em estrada como eu desejava e só mesmo quando já estava quase a chegar ao concessionário é que me lembrei disso, pelo que lá fiz uma imobilização dos 60Km/h aos 0Km/h. Naturalmente que cumpriram de forma maravilhosa, ou não fosse estarem novos e esta velocidade ser relativamente baixa. O tacto do manípulo achei-o um pouco duro, mas tenho que ter presente que a unidade estava completamente nova e acabada de chegar ao concessionário.
No geral, fiquei convencido que mexeram onde deviam e o que já era bom, ficou ainda melhor.

Espero que tenham gostado desta minha análise...e agora as fotos.