Vou finalmente dar a minha opinião sobre o teste que fiz há uns meses atrás (se não estou em erro foi em julho) a uma Zero S.
Primeiramente importa referir que o modelo testado correspondia a uma das primeiras versões da ZeroS, o que por si só me desiludiu bastante. O Stand onde fui fazer o teste, Zeev, no Parque das Nações em Lisboa, demorou sensivelmente um mês para me conseguir arranjar uma unidade para testar, sendo que quando arranjaram, foi uma unidade das antigas que já nem correspondia à unidade atualmente a ser comercializada. Fiquei extremamente

logo à partida.
Relativamente à mota em si, não sou nenhum expert nestas coisas, pelo que vou focar-me em sensações transmitidas, comparando-as com o background que tenho de duas rodas, que basicamente se resume a:
- Scooter Kymco Downtown 125
- yamaha XJ600 (das aulas de condução)
- Kawasaki ER6 (do exame de condução)
- Yamaha MT07 (teste quando andava indeciso sobre qual comprar)
- Honda NC750X (a minha mota atual)
Assim que me trouxeram a ZeroS, logo as primeiras impressões foram:
- É pequena e bastante estreita (o que para andar no meio do trânsito pode ser uma mais valia)
- Espaço para pendura é exíguo ou quase inexistente. A unidade de teste nem sequer tinha poisa-pés para pendura.
- Alguns materiais escolhidos para a construção do modelo deixam muito a desejar no que diz respeito a: qualidade, suavidade ao toque, aparente resistência dos mesmos
O vendedor lá me fez uma breve explicação das principais diferenças para uma moto com motor a combustão, sentei-me em cima dela, dei à chave e nada. "Não há botão de start?"

... "claro que não, ela não precisa" diz o Vendedor

"Basta recolher o descanso lateral e acelerar, mas cuidado com o binário".
Lá segui viagem, acelerando inicialmente com algum cuidado.
Importa aqui referir algumas caracteristicas desta ZeroS, tais como (dados da versão atualmente comercializada):
Autonomia: 317 km (cidade), 193 km (autoestrada +/- 90 km/h), 158 km (autoestrada +/- 115 km/h)
Binário máximo: 92 Nm
Potência máxima: 54 cv (40 kW) @ 4.300 rpm
Velocidade máxima: 153 km/h
Aceleração (0 aos 100km/h): 5,8 segundos
Bateria: Z-Force™ bateria inteligente Li-Ion
Tempo de vida estimado 713.000 km (80% da carga original, em cidade)
Capacidade máxima 15,9 kWh
Capacidade nominal 14,0 kWh
Carregador 1,3 kW, integrado
Carregamento (padrão) 10,8 horas (100% da carga) / 10,3 horas (95% da carga)
Carregamento Max (op.) 3,0 horas (100% da carga) / 2,5 horas (95% da carga)
Transmissão Sem embraiagem, uma velocidade
Peso 205 kg
Garantia da bateria 5 anos/ 160.000 km
Mas em termos de condução, não podia ser mais diferente da minha atual NC.
Como esperava, a sua pequena dimensão e o ser muito estreita, parecia que estava a conduzir uma bicicleta. Os 205kg, quando comparados com os 220kg da NC, pareciam peso pluma.
Já a nível de conforto, continuava a parecer que andava de bicicleta, com quadro rígido

, tal era a rigidez das suspensões que sentia todas as pedras da estrada.
A estranheza de acelerar e não ouvir nada, depressa passou a felicidade, pelo menos para mim, que prefiro as motas mais silenciosas

. Ouvia apenas uns barulhos parasita, vindos da traseira, que nas fotos vão poder constatar que se devia a um "bacalhau" feito de uma peça metálica, aparafusado ao quadro da mota, mas cujos parafusos já demonstravam estar a ficar meio soltos.
Já o binário, o tal que o vendedor tinha avisado, tinha que o experimentar, pelo que assim que me apanhei com uma reta mais desimpedida, toca de lhe dar gás. E de facto a aceleração é um... (na falta de melhor palavra para o descrever) ESPECTÁCULO

Mas é diferente. Não é uma entrega explosiva, como acredito que seja numa MT09, mas é uma entrega muito disponível e acima de tudo constante até à velocidade máxima, isto é, não é uma curva de binário mas mais uma reta tal a entrega linear de binário. Nunca senti ela a querer levantar a frente, pelo que julgo que exista ali alguma eletrónica a controlar a aceleração.
Fica aqui uma nota também para os péssimos espelhos, que apenas permitiam ver os meus braços, por mais que tentasse regulá-los.
Agora algumas fotos:
Vista de lado:
https://drive.google.com/file/d/0B_9w4nO2eA5QQU95S3RfLWFDTlE/view?usp=sharingDe frente:
https://drive.google.com/file/d/0B_9w4nO2eA5QUm1sakV0b3poR2c/view?usp=sharingO tal "bacalhau" que abanava por todos os lados:
https://drive.google.com/file/d/0B_9w4nO2eA5QMER1TXBMM2l2dnc/view?usp=sharingPormenor da transmissão, suspensão traseira:
https://drive.google.com/file/d/0B_9w4nO2eA5QLU1hTVI5Vm5GZkk/view?usp=sharingMais um pormenor do tal "bacalhau":
https://drive.google.com/file/d/0B_9w4nO2eA5QeG0yLWo0RjhQdDQ/view?usp=sharingSecção traseira vista por outro ângulo:
https://drive.google.com/file/d/0B_9w4nO2eA5QZzNXS3Iyb3BhUE0/view?usp=sharingPormenor das baterias:
https://drive.google.com/file/d/0B_9w4nO2eA5QNFI5VUhmSXVjSmc/view?usp=sharingPormenor da suspensão e roda dianteira:
https://drive.google.com/file/d/0B_9w4nO2eA5QdUpEOGhIUlFBcFk/view?usp=sharingPainel de instrumentos:
https://drive.google.com/file/d/0B_9w4nO2eA5QdkdhVHBoUGI2S2M/view?usp=sharingPormenor do sitio onde seria o depósito de combustível, se o tivesse:
https://drive.google.com/file/d/0B_9w4nO2eA5QeGZ2ZVdCT0dWVGM/view?usp=sharingRESUMO:
Em jeito de conclusão, achei esta mota com uma entrega de binário muito boa, fácil de conduzir, e apelativa para andamentos vivos devido às suspensões rijas e tamanho compacto de todo o conjunto. Curvar com ela é muito fácil.
O conforto é parco, o banco é rijo, as suspensões também e a posição de condução das naked não me seduz.
Os materiais de construção são uma desilusão, e dificilmente justificáveis tendo em conta o preço pedido por estas motas. Quando comparada com uma Honda, Yamaha, etc. fica muito atrás. E atenção, que fui ver um dos modelos de 2016 que estava em exposição no stand, para comprovar esta minha opinião.
Para mim, pessoalmente, esta ainda não é a elétrica que me fará mudar das motas convencionais a combustão para as elétricas. Mas se tivesse testado uma BMW C-evo, não sei não... Ainda bem que não a testei
